segunda-feira, 16 de novembro de 2009

PEDAGOGIA DA INTOLERÂNCIA RELIGIOSA - O MODELO SERGIPANO




PEDAGOGIA DA INTOLERÂNCIA RELIGIOSA
Modelo Sergipano.
In Conferência para o Novembro Negro em 17.11.09
Severo D’Acelino.

"...E (Noé) bebeu do vinho e embebedou-se; e descobriu-se no meio de sua tenda. E viu Cã, o pai de Canaã, a nudez de seu pai, e fê-lo saber a ambos os seus irmãos fora. (...) E despertou Noé do seu vinho, e soube o que o seu filho menor lhe fizera. E disse: Maldito seja Canaã, servo dos servos seja dos seus irmãos. E disse: Bendito seja o Senhor Deus de Sem; e seja-lhe Canaã por servo. Alargue Deus a Jafé, e habite nas tendas de Sem; e seja-lhe Canaã por servo (Gên. 9:21 – 27)."

Desde o inicio da colonização, a imposição da igreja esteve sempre presente , regulando as ações e manifestos da província, mesmo antes de por aqui chegarem os escombros, vilipendiados e escravizados, os Negros, trazidos de África nos Tumbeiros.
Todo o universo cultural do contingente escravizado, foram objeto da filosofia reducionista dos religiosos que, tinham na Bíblia, má interpretada, os indicadores de suas reivindicações.

Através dela, se matava e torturava para enaltecer o nome de Deus , dominar e purificar os escravos negros, pois só os negros mereceram tanto desprezo por parte dos dominadores portugueses que não se espelharam nos romanos.
O etnocentrismo exacerbado, extinguiu uma raça detentora de mais de 400 culturas,(etnocidio), os Índios sergipanos foram os mais atingidos, a nós os negros coube a idiossincrasia cultural embalada pelo sincretismo para impedir o trauma econômico da política reinol em terras de El Rey.

Os negros foram reduzidos a coisa, desde seu seqüestro em África e mantido o status em terra de Serigy, separados e escalonados para prover a o poder da dominação, conforme as regulações externas expressa nas estruturas sociais portuguesas, editadas pela Santa Sé.

O vilipendio ao negro foi além da separação, teve a supressão da língua como fator de comunicação, numa intolerância étnica cultural e lingüística, perpassada a religião, cultura, filosofia, história, heróis, tradições etc. Silenciando assim, todo o indicador Étnico histórico e cultural do patrimônio do contingente dominado.
A perda de identidade do negro, valorizou a pedagogia da intolerância religiosa imposta pelos dominadores e gerou uma complexa forma de reação, numa constante luta pela preservação das tradições culturais de matrizes africanas na diáspora e estruturou a resistência Negra nas terras de Serigy.

A luta contra a intolerância vem sistematizando reações, ao longo dos séculos de dominação, desde a Colônia a Nova República, sem trégua, mesmo com diversos andamentos e manifestações equivocadas, a luta sempre está a ecoa como um rastilho de pólvora, ora úmida ora seca, mas insistentemente, seja pelas ações dos fundamentos engendrados no Abolicionismo, a Lei Caó com víeis das ações do Movimento Negro Contemporâneo, com destaque para os manifestos da Casa de Cultura Afro Sergipana, a nível de formação de opinião pública, legislativos e comunidades: religiosa, estudantil fomentando denuncias e criticas institucionais em busca de mudanças de atitudes e comportamentos.

A Intolerância Religiosa em Sergipe, tem sido a mais cruel da Federação e em diversos episódios de sua história, cristaliza cada vez mais a ação predatória do Estado, governos e governadores como responsáveis pelas ações criminosas e pela cristalização do manifesto racista, como pratica tradicional e também pela banalização do ato.

O desenvolvimento e prática da Intolerância Religiosa em Sergipe atingem marcos cada vez mais perverso estimulado pela ausência de punição. A impunidade é marca constante das Violações dos nossos Direitos pelos poderes e seus agentes que, sistematicamente violam a Constituição e mantêm o coletivo amordaçado por falta de lideranças capazes de se insurgir contra a ação criminosa do Estado Mercantilista, cada vez mais reducionista, maniqueísta e fascista, cujo interesse é a utilização política partidária dos mecanismos de defesa da minoria, organizados em torno de seus objetivos libertários.

Não há por parte do Estado e do Governo, que se ausentam cada vez mais dos problemas da comunidade negra , em produzir quaisquer instrumentos para coibir as ações criminosas da Intolerância, em vez de Políticas Públicas, se utilizam politicamente das manifestações, criando dificuldades para vender facilidades, beneficiando sempre, os grupos dominantes, a Igreja e os Evangélicos, grupos fortes e dominantes detentores de recursos financeiros e políticos, garantidores de suas reeleições.

As ações da Inquisição, santa ou satânica, estão em plena forma nas imagens praticadas pelo Estado, através dos pentecostais, católicos e seus agentes, policiais, jurídicos,executivos, e judiciários que diuturnamente praticam suas cotas criminosas contra o coletivo religioso, negro.

A instituição do Racismo Institucional, vem ao longo dos séculos, produzindo suas vítimas. Dois exemplos vale ressaltar o Interventor Maynard, que passou sua gestão perseguindo os religiosos de matriz africana , tendo a Policia como seu braço armado e instrumento torturador e o Governador Leandro Maciel, que através sua influência pessoal (não recordo a existência de qualquer Decreto Lei, ou Portaria), tirou a religião Orixá da chancela da Policia e liberou a sua organização através de Federações.

Fazendo um recorte a nossa história recente de repressão religiosa, estamos nos domínios do Governo Petista do governador Deda e nada foi feito para o respeito aos Direitos Humanos, pois há mais de 60 anos que o Brasil assinou a Carta dos Direitos Humanos, reconhecendo a liberdade religiosa e, no entanto os agentes dos poderes de Sergipe, associados aos evangélicos e católicos, continuam a persegui os adeptos da religião de matriz africana. Continuam discriminando os negros e, debalde as ações propagadas pelo governo central, em Sergipe nada é colocado em prática.

O Governador Marcelo Deda, reduziu o Movimento Negro Sergipano a reprodutor das palavras de ordens do Partido dos Trabalhadores e seus contingentes em agentes de defesa do governador, cujo objetivo é destruir e desacreditar todas e quaisquer manifestações e criticas ao governo e brindar o governador. Partidarizou o Movimento Negro Sergipano.
Seus companheiros de partido, nos espaços de poder, se apropriaram do “modelo baiano” e dividiram entre si, os Terreiros de Candomblés, cujos Pais e Mães de Santos, imprimem suas ordens.

A mesma coisa, esta acontecendo com as entidades, grupos e ONGs negras, com destaques para as associações quilombolas. Estão divididas entres seus políticos: Deputados, Vereadores, Secretários, Prefeitos, e do próprio governador. Em suma, fora do partido, não há movimento social, pois há em voga a utilização política e partidária do movimento negro, seja religioso ou quilombola e fora do seu domínio não há como existir.

A onda de perseguições ao negro em Sergipe, principalmente na prática de promover a miopia dos participantes (todos empregados nos espaços de poder), e, nesta miopia, a comunidade negra, fica a deriva, sem conteúdo da cultura negra na educação, sem segurança, sem emprego, sem saúde, enfim, sem nada, pois não há canal de comunicação, a mídia não dar espaços para criticas ao governador Deda e a reivindicações da comunidade negra, só tem direitos a mídia, uns poucos negros e negras da confiança dos agentes do governador. Os capitães do mato do apartheid governamental.

O negro, antigo militante, filiado as suas entidades e ONGs, hoje, transformados em “Negros de Alugueis”, jogados uns contra outros, para satisfação dos seus chefes. Essa Milícia Negra, é a vergonha do Coletivo, são uns abestalhados, analfabetos que, em vez de contribuir com a Resistência, se transforma em aríete, para destruir seus antigos companheiros, a comunidade negra, para agradar os idiotas do quanto pior melhor. Esse é o modelo sergipano, das ações afirmativas do governo federal em relação a comunidade negra.

É a kota de marginalização do negro sergipano engendrada pelo governador petista, numa aplicação da Síndrome de Estocolmo, onde a vítima se apaixona pelo seu agressor. Enquanto isso Sergipe continua sendo, o Estado mais Racista da Federação, com uma população negra, se dizendo branca e discriminando seus iguais. Um Estado Negro, com vergonha de se assumir. A importância de ser não é ter, mas saber que é.

Sem o aparato do Genoma ou DNAs, partidários, o conceito de raça é uma construção política que não atende aos interesses, fomenta tão somente o ódio que mantém no poder, quem manipula o racismo, a desigualdade e o separatismo no seio da população.
Um Estado negro, sem cultura e com vergonha. Um Estado Negro Eurocentrista, da Casa Grande. Aqui o Negro é o Preto e quanto mais preto, mais discriminados somos.

Nossa cultura considerada Baixa e Inferior, é confundida com o Cão, com coisa do Diabo, a nossa Religião. Somos tratados não na filosofia de nossas culturas, mas na filosofia da cultura judaico-cristã, cuja existência do Céu ,Inferno, pecado original determina o julgamento do fato sem as devidas sustentações culturais. O Orum e o Aiyê são identidades diferentes do céu e da terra , na ótica do dominante e para nós Shangô, o patrono da Justiça, nunca foi São Pedro, nem que Nossa Senhora da Conceição seja Oxum. Cada um em seu quadrado. Tupã não é o Senhor da Guerra dos Maias, nem dos Guaranis. É uma divindade do Panteão Indígena brasileiro, apesar da Igreja e dos missionários latifundiários.

A nossa situação seria outra se os Poderes fossem Autônomos e Independentes entre si e, se o Ministério Público Estadual, Defensoria Pública, Ordem dos Advogados e Ministério Público Federal aqui em Sergipe, tivessem um NUCLEO DE COMBATE AO RACISMO INSTITUCIONAL.

Aí teríamos uma Policia atuante, Delegacias respeitosas e nossos Direitos garantidos pelos agentes dos poderes constituídos, mas enquanto isso, só os pedidos dos Pastores e Padres, são ouvidos e suas ordens cumpridas, pois eles têm o que os políticos querem: Dinheiro, Poder e Domínio através de suas amplas representações nos espaços mais estratégicos do Estado do Governo e do governador, que se ausentam das Questões e Condições do Coletivo Negro Sergipano e perseguem suas lideranças, silenciando seu Arquivo Humano.

A problematização das questões do coletivo negro, principalmente em torno da religião fundamentado nas diversas teorias e práticas das ações filosóficas do dominador dito civilizado, impõe um constante debate em torno da revisão de conceitos e desconstrução do mito bíblico da maldição de Cã.

A Diversidade estar a impor respeito e se impõem nesta reversão da ação globalizada, denunciando os indicadores da intolerância e do desrespeito em constante violação. O Negro na diáspora em suas lutas recorrente, aponta constantemente os parâmetros do seu universo cultural e na pontualidade de suas manifestações coletivas e individualizadas num amplo quadro personalizado em suas áreas territoriais e espaciais e luta por Respeito à Diversidade.

Do ponto de vista da Unidade na Diversidade, é importante delinear o percurso responsável pela fundamentação desta tradição racista que ainda institui posições conservadoras que fazem do passado , referencia para atitudes posteriores, sem contudo respeitar os traços dinâmicos que a tradição apresenta quando as perspectivas de negá-la ou reinterpretá-la a situam como fonte de mudanças que apontam em direção futura.

Como contribuição ao evento, apresento a esta Assembléia a nossa proposta de Ação Afirmativa e Compensatória, que depois de aprovada deverá ser encaminhada ao Gabinete do Governador do Estado.

PROPOSTA.

Considerando o manifesto referendado na exposição, ante a plenária do Novembro Negro, assinalamos que:

É importante que o Estado de Sergipe, crie organismos e representações operacionais e funcionais para tratar das Questões e Condições do Coletivo Negro, para não se tornar um Estado Etnocida , detentor das práticas eugenista de limpeza étnico racial e,
Diante do exposto, aprovamos a Proposta alinhada, para que o governador promova em regime de urgência as seguintes ações:

1- Introdução da Cultura Negra e Indígena em toda extensão da grade de educação e dos Concursos no Estado em 30 dias.

2- Que seja instituída, representação da Comunidade Negra em todos os Conselhos Público do Estado.

3- Que o Estado financie todas as manifestações da comunidade negra em seu território.

4- Que seja declarada Área Remanescente de Antigos Quilombos, e Patrimônio Histórico Estadual a área de ANGICO.

5- Que seja criado nas Secretarias de Cultura – Saúde – Educação – Justiça – Segurança e Administração, um Departamento de Assuntos Afro.

6- Que seja instituída no Ministério Público Estadual e Defensoria Pública Estadual, um Núcleo de Combate ao Racismo Institucional.

7- Que seja criado na Policia Militar uma Divisão de Combate ao Racismo. Para atender a comunidade e promover treinamentos a tropa, Policiais Civis e Delegados.

8- Que o Estado ofereça aos professores, curso de Filosofia da Educação e Línguas Africana em convênio com a Universidade Federal de Sergipe, através do Departamento de Filosofia e Universidade Federal da Bahia, através do CEAO.

9- Que a Secretaria de Comunicações, libere espaços na mídia para o Coletivo Negro se expressar, através dos seus representantes, e paute espaço diário na TV-Aperipê e Radio AM, para programação cultural e noticiosa da comunidade negra.

10- Que a Secretaria de Educação emita CERTIFICAÇÃO ESPECIAL DE ISENÇÃO a todos concludentes do ensino médio, para que possam ter acessos a todos os Concursos no território sergipano, sem o constrangimento de Atestado de Pobreza, adquirido nas Delegacias Policiais.

“Para que Ninguém seja perseguido e discriminado.
É necessário que o “Poder detenha o próprio Poder”
Antonio Pereira Rebouças












segunda-feira, 2 de novembro de 2009

CALENDÁRIO AFRO SERGIPANO


CALENDÁRIO CULTURAL DE ASSUNTOS AFRO SERGIPANO

CASA DE CULTURA AFRO SERGIPANA.

Versão preliminar



JANEIRO.

01- Primeira libertação coletiva de escravos no Brasil (1883)
- Invasão de Sergipe e Massacre dos CAETÉS por Cristóvão de Barros (1590)
07- DIA DA LIBERDADE DE CULTOS
12 – Data da instalação da CAPITANIA DOS PORTOS DE SERGIPE(1848)
- Nascimento de FRANCISCO JOSÉ ALVES, em Itaporanga D’Ajuda, Abolicionista e fundador do Jornal (1806)
13 – DIA DE REFLEXÃO E LUTA DA CONSCIÊNCIA NEGRA – Primeiro manifesto para homenagear João Mulungu, como Herói Negro de Sergipe – Reunindo expressivos Pesquisadores e Intelectuais de Sergipe para falar sobre as Questões e Condições do Negro sobre os mais variados temas(1984)
- Criação do PROJETO ‘ JOÃO MULUNGU” ( 1985
17 – Morre o maior BABALORISHA de Sergipe, Alexandre José da Silva de SHAPANA DE GANE GANE E MEDE MEDE do Terreiro Filhos de Obá em Laranjeiras.(1976)
19- DIA ESTADUAL DE LUTA DA CONSCIÊNCIA NEGRA.(1999)
- DIA MUNICIPAL DE LUTA DA CONSCIÊNCIA NEGRA DE ARACAJU (1992)
- DIA MUNICIPAL DE LUTA DA CONSCIÊNCIA NEGRA LARANJEIRENSE (1990 )
- Levante Tenentista de Sergipe liderado por AUGUSTO MAINART (1926)
21 – DIA MUNDIAL DA RELIGIÃO


























FEVEREIRO


01 – Emancipação Política de Santa Rosa de Lima (
09- Criação do INFORMATIVO GRFACACA (1976)
12- Introdução em Sergipe do Teatro Armorial, pelo GRFACACA
15 – Criação da Editora MEMORIAFRO (1995)
- Lançamento das Coleções EPISÓDIOS e IYA N’LA ( 1998 )
- Criação dos CADERNOS PEDAGÓGICOS DE ASSUNTOS AFRO (1998)
20 – Morre o Poeta Negro Pernambucano SOLANO TRINDADE , Fundador da Frente Negra Brasileira(1973)
24 – Nasce em Capela , JOSÉ FARO ROLLEMBERG, primeiro Senhor de Engenho a Libertar seus Escravos (1845)















































MARÇO


05 – CRIAÇÃO DA PRIMEIRA ESCOLA PÚBLICA DE ARACAJU (1891)
07 - Morre Mestre OSCAR RIBEIRO o mais emblemático Mestre da Chegança de Laranjeiras (1996)
08 - DIA INTERNACIONAL DA MULHER
14 – Nasce em Muritiba (BA) o Poeta ANTONIO FREDERICO DE CASTRO ALVES(18470
15 – JOÃO ELOI PESSOA, ex-Aboliciopnista, quando Presidente da Província, de Sergipe, assinou DECRETO DE LEI PROIBINDO que NEGROS E LEPROSOS FREQÜENTASSEM AS ESCOLAS. ”Foi a definitiva exclusão do Negro na Educação em Sergipe que até hoje exclui o conteúdo da cultura negra da Grade Curricular e é 100% Racista” (1838).
16 – Morre o Poeta Negro CRUZ E SOUZA (1898)
17- SEVERO D’ACELINO(José Severo dos Santos), fundador do Movimento Negro Sergipano, e da Casa de Cultura Afro Sergipana, recebe a MEDALHA DO MÉRITO CULTURAL ‘ IGNÁCIO BARBOSA’ (2001)/
- Mudança da Capital de Sergipe, de São Cristóvão para ARACAJU pelo Presidente Joaquim Ignácio Joaquim Barbosa ( 1855 )
21- DIA INTERNACIONAL DE LUTA PELA ELIMINAÇÃO DA DISCRIMINAÇÃO RACIAL
- Instalação do UNA- União dos Negros de Aracaju(1987)
- O Presidente LUÍS IGNÁCIO LULA DA SILVA cria a SECRETARIA ESPECIAL DE POLÍTICAS DE PROMOÇÃO DA IGUALDADE RACIAL (2003)
- Criado o SOS-RACISMO com a campanha REAJA CONTRA O RACISMO (1985)
31 –Lei inclui conteúdo programático da Raça Negra nos currículos da Rede municipal de ensino (1995)





































ABRIL


01- DIA DA ABOLIÇÃO DA ESCRAVIDÃO INDÍGENA
07 – DIA MUNDIAL DA SAÚDE
10- ABDIAS NASCIMENTO assume a SECRETARIA EXTRAORDINÁRIA DE DEFESA E PROMOÇÃO DAS POPULAÇÕES AFRO-BRASILEIRA no Rio de Janeiro (1991)
12 – Nascimento de ALEXANDRE JOSÉ DA SILVA em Laranjeiras maior Babalorisha de Sergipe, criado e iniciado por T’A Joaquina do Terreiro Filhos de Obá em Laranjeiras (1894),
19- DIA DO ÍNDIO
23 – Oferenda Votiva a OSHOSE , Orisha protetor das Comunidades e da Caça.
28 – Nasce em Riachuelo, MÃE ELIZA (Eliza Martins Santos) , maior Iyalorisha de Sergipe , fundadora do Iylê Ashe Ôpo Aiyra da Nação Gege Nagô em Aracaju no ano de 1920. (1888)
30- Criado o SOS Racismo, assessoria jurídica ás vítimas de racismo no Brasil, com sede em São Paulo (1988)













































MAIO


07 – JOAQUIM BENEDITO BARBOSA GOMES é nomeado pelo Presidente JOSÉ INÁCIO LULA DA SILVA como Ministro do Supremo Tribunal Federal – Primeiro Negro no Brasil a assumir a investidura de Ministro no STF(2003)
10 – Nasce em Riachuelo a famosa Mãe de Santo NANÃ – Erundina Nobre dos Santos( 1891)
11 – Morte de BOB MARLEY (1981) ‘O que a vida mim ensinou na questão da Discriminação Racial.”,
12 – Inauguração Popular do LARGO JOÃO MULUNGU, localizado no Bugio em Aracaju(1991)
13- DIA NACIONAL DE DENÚNCIA CONTRA O RACISMO
• Severo D’Acelino discursa pela primeira vez, na Câmara Municipal de Aracaju, abordando o tema: Questões e Condições do Negro Sergipano na Conjuntura Nacional.(1987)
• Severo D’Acelino discursa na Assembléia Legislativa de Sergipe, abordando o tema: Racismo nas Escolas e na Educação em Sergipe (1997)
• MISSA AFRO – Liturgia Afro Cristã Orisha, realizada na IGREJA SÃO JUDAS TADEU pelo Frei Honório (1991)
17 – DIA MUNDIAL DAS TELECOMUNICAÇÕES
18 - Criação do Conselho Nacional de Mulheres Negras no Rio de Janeiro. 1950
21- Dia Internacional de Libertação Africana
24 – Realização do Curso RESGATE DA MEMÓRIA CULTURAL DE MOCAMBO – PORTO DA FOLHA /SE - Primeiro Curso em Comunidade Remanescente de Antigos Quilombos no Brasil (1999)
- Dia da INFANTARIA.
28 – Inauguração do MUSEU AFRO BRASILEIRO DE SERGIPE na Cidade de Laranjeiras (1976)
- Aniversário do ENCONTRO CULTURAL DE LARANJEIRAS(1976)
- Lançamento do JORNAL IDENTIDADES(2001)
- Lançamento dos CADERNOS PEDAGÓGICOS DE ASSUNTOS AFRO (2001)
25/31 – Semana de Solidariedade com os Povos Coloniais da África Austral

































JUNHO


01 – Fundação da ACADEMIA SERGIPANA DE LETRAS (1917)
04- SEVERO D’ACELINO repudia atitudes racistas do Vice-Governador BENEDITO FIGUEIREDO contra JOÃO ALVES FILHO e entra com representação no Ministério Público(1998)
05 – DIA MUNDIAL DO MEIO AMBIENTE
06- Aprovada Lei dispondo a inclusão de artistas e modelos negros nos
filmes e peças publicitária em Aracaju(1996)
- Nascimento da Iyalorisha PAULINA ELOI, INTRODUTORA DA Umbanda em Sergipe. (1904)
07 – Nascimento do Jurista e intelectual Negro, na Vila de Campos, TOBIAS DE MENEZES BARRÊTO (1839)
08 - Dia Municipal de Luta da Consciência Negra de ITABAIANA em Homenagem ao Herói Negro ‘QUINTINO DE LACERDA’; nascido em 1855. (2001)
10- DIA DA RAÇA
- Campanha pela Criação da SECRETARIA DE ASSUNTOS AFROS, Contra o Racismo e Pela Visibilidade do Negro Sergipano revitalização e Ancestralidade ( 1985)
11 – BATALHA NAVAL DE RIACHUELO ( 1865)
- DIA DA MARINHA DE GUERRA
18- Portaria determina que a DEPROCOMA investigue Crimes de Racismo e Discriminações.(1996)
20 – Nascimento na Cidade de Riachuelo do Poeta JOÃO SILVA FRANCO “ João Sapateiro “ Cidadão Laranjeirense (1919)
25 – FILHOS DE OBÁ – Revisitação Ancestral, Comunicação Oral apresentada no Colóquio Internacional sobre “ As Sobrevivência das Tradições Religiosas Africanas nas Caraíbas e América Latina - UNESCO . São Luiz do Maranhão (1985)
- Morre a Famosa Mãe de Santos, filha de Oshum Maná Deuí (NANÃ), Erundina Nobre dos Santos, do Terreiro São Jorge ( 1981 )
28 – Oferenda Votiva a SHANGO AIYRA Patrono da Casa de Cultura Afro Sergipana(1968)
26 –Primeira Panfletagem em Laranjeiras “ Vivam Mulatos e Negros. Morram os Marotos e Caiados” atribuída a ANTÔNIO PEREIRA REBOUÇAS, Secretário do Presidente da Província ( 1824)
- Nascimento de ARTHUR BISPO DO ROSÁRIO - 1909 – Japaratuba(SE), morrendo em 1989, no mesmo mês.






























JULHO


01 –Lei municipal proíbe a expressão “boa aparência” nos anúncios de recrutamento de pessoal (1998)
02- Dia do Combate a Discriminação Racial
06 m- Morre o Poeta CASTRO ALVES ( 1871)
07- Dia Nacional de Luta contra o Racismo (MNU/ 1978)
08 – EMANCIPAÇÃO POLÍTICA DE SERGIPE (1820)
-= Morre no Recife o Herói Negro HENRIQUE DIAS ( )
11 – Nasce em ARACAJU AMINTAS JOSÉ JORGE, oficial da Marinha de Guerra, Fundador da Liga Sergipana Contra o Analfabetismo, sendo seu primeiro Presidente ( 1860)
14- Dia do reconhecimento de JOÃO MULUNGU como Herói Negro de ARACAJU (1992)
16 – Morre o Primeiro Bispo do Brasil D. Pero Fernandes de Sardinha
17 – DIA DE PROTEÇÃO ÁS FLORESTAS, Saudação votiva a OSSAIN
18 – Libertação do HAITI pelo Escravo Toussaint L’ouverture (1801)
26 - DIA DA VOVÓ , Saudação a IYA L’LA- Nanã Buruku
27 - Morre a LÔXA UMBELINA ( Umbelina Monteiro de Araújo, nascida em 1897), Guardiã do Cajado de T’Herculano, maior referência do Nagô Sergipano, Fundadora do Terreiro Santa Barbara Virgem, o mais importante centro de Nagô de Obá do Estado, situado em Laranjeiras, Mestra das Taieiras (1974)







































AGOSTO

03- Tombado o primeiro Terreiro de Candomblé do Brasil – Casa Branca – ILÊ AXÊ IA NASSÕ OKÀ ( 1982)
06 – Fundação do Instituto Histórico e Geográfico de Sergipe (1912)
07 – Emancipação Política de Laranjeiras (
08 - Reconhecimento de JOÃO MULUNGU como Herói Negro de Laranjeiras (1990)
09- Dia Internacional de Solidariedade com a Luta da Mulher
10 – Nasce em Maragogipe-BA, ANTONIO PEREIRA REBOUÇAS, Negro Libertário, Líder da Resistência Negra Sergipana - Secretário do Presidente da Província de Sergipe Manuel Fernandes da Silveira(1824)
11- Dia do Estudante
- DIA DA CONSCIÊNCIA NACIONAL
13 – Morre em SANTOS o Herói Negro Sergipano QUINTINO DE LACERDA Chefe do Quilombo de Jabaquara, seu corpo descansa sob monumento no Cemitério de Paquetá em Santos ..Escravo do Major Antonio dos Santos Leite, vendido aos 19 anos para o Coronel Antonio de Lacerda Franco em 1874.(1898)
16 – Oferenda Votiva ao Orisha OBALUAIYE, Protetor das doenças endêmicas, e dos cachorros.
19 – Nascimento de JOAQUIM NABUCO, em Recife (1849)
21 – Nascimento de UMBELINA MONTEIRO DE ARAÚJO em Laranjeiras, a Grande Loxa de Obá do Terreiro Santa Bárbara Virgem ( 1897)
22- Dia das Tradições Populares (FOLCLORE)
- Criação da Fundação Cultural Palmares (1988)
30 – Governador JOÃO ALVES FILHO, acusa oponentes de praticar Racismo contra o Povo Negro de Sergipe e de mover campanha racista.(1985)
- Severo D’Acelino defende Governador JOÃO ALVES FILHO contra ataques racistas do grupo oponente (1985)



































SETEMBRO


04- Extinção do Tráfico Negreiro(1850) Lei Euzébio de Queiroz
15 – Extinção das perseguições Policiais ao Candomblé Sergipano, promovida pelo Governador Leandro Maciel (1966)
16 - Criação da FRENTE NEGRA BRASILEIRA em São Paulo ( 1931)
17 – Nasce em Laranjeiras o grande pintor negro HORÁCIO HORA(1853)
18 – Rebelião do Terço dos HENRIQUES em Rosário do Catete, contra a Escravidão, liderada pelo Alferes SEBASTIÃO SOARES (1824)
20 – Perseguição Política e Policial ao Candomblé Sergipano, liderada pelo Interventor Augusto Mainart (1930)
– Reconhecimento de QUINTINO DE LACERDA, como Herói Negro de Itabaiana (2001 )
21 - Lançamento do Livro ”Questões e Condições do Negro Sergipano na Conjuntura Nacional” de Severo D’Acelino, material do discurso proferido na Câmara Municipal de Aracaju em 13 de maio de 1987(1987)
24 – APRESENTAÇÃO DA’” DANÇA DOS INKICES D’ANGOLA’’ Rito de Troca de Cabeça, no V – Festival de Artes de São Cristóvão (1976)
26- Severo D’Acelino recebe o Titulo de Cidadania Laranjeirense, (2002)
27- Oferenda Votiva aos gêmeos COSE E DAMIÃO ( IYBEGI) Protetores das Crianças e das Famílias
28- Aprovada a Lei do Ventre Livre (1871)
- Dia da Mãe Preta
- Dia do Sexagenário( 1855)









































OUTUBRO


01- Fundação do Teatro Experimental do Negro no Rio de Janeiro(1944)
03 - Nascimento de José Severo dos Santos, (Severo D’Acelino), fundador do Movimento Negro Sergipano e Casa de Cultura Afro Sergipana (1947)
04 – DIA DA ECOLOGIA
05- Promulgação da Constituição do Brasil, criminalizando o Racismo.
09 – Nascimento de JOSÉ DO PATROCÍNIO ( 1853)
12 – Dia Consagrado a Nossa Senhora Aparecida, Padroeira do BRASIL
15- Martin Luther King, recebe o Prêmio Nobel da Paz(1964)
16- Fundada a Sociedade Filhos de Obá em Laranjeiras.(1909)
16 - Wole Soynka, recebe o Prêmio Nobel de Literatura (1986)
Desmond Tutu, Arcebispo da África do Sul, recebe o Prêmio Nobel da Paz pelo Combate contra o Apartheid. (1984)
- Conselho Estadual de Educação aprova Inclusão da Cultura Negra na parte diversificada da Grade Curricular do Ensino do 1 e 2 graus. (1985)
19- Criação da Casa de Cultura Afro Sergipana ex-Grupo Regional de Folclore e Artes Cênicas Amadorista “CASTRO ALVES’. –GRFACACA. ( 1968)
- Fundação do Movimento Negro Sergipano da Contemporaneidade em luta contra o Racismo e pelos Direitos Civis do Coletivo Negro Sergipano numa Ação Reivindicatória da Revitalização Cultural e Ancestral. (1968)
- Apresentação do MEMORIAL DOCUMENTAL ‘JOÃO MULUNGU’ sob o titulo ‘Resistência Negra em Sergipe d’El Rey”- levantamento de 1870 a 1888. De Severo D’Acelino, coordenação.(1998)
23 – GRFACACA/CCAS Realiza a I Mostra Experimental de Artes Populares de Laranjeiras( 1975)
24 – DIA DAS NAÇÕES UNIDAS
27 - Instalação do COMITÊ SERGIPANO ANTI-APARTHEID, com a presença do Partido Comunista, políticos e intelectuais, destacando Dr. Wellington Mangueira e o Vereador Alcivan Menezes.
































NOVEMBRO


01 – Fundada a primeira Federação Umbandista de Sergipe – Federação Dos Templos Espiritualista E Confraternização De Umbanda ‘SÃO LÁZARO’ sob o patrocínio do ex-governador LEANDRO MACIEL(1966)
02 – Dia da Ancestralidade
04- Tombamento do “Terreiro Filhos de Obá” – Laranjeiras (1988)
05- Dia Nacional da Cultura
- Lançamento do livro: RACISMO NAS ESCOLAS E EDUCAÇÃO EM SERGIPE , de Severo D’Acelino.(1998)
13 – Instalação do Fundo de EMANCIPAÇÃO DOS Escravos em Sergipe (1872)
14 – Instalação da Biblioteca Pública de Sergipe ( 1936)
18 – Morre em Minas Gerais o Escultor Negro, ANTONIO FRANCISCO LISBOA o ALEIJADINHO ( 1814)
- Morre em Aracaju com 119 anos a LOXA mais velha e mais importante Sergipe, nascida em Japaratuba, MARIA PELAGE (Maria Francislina da Conceição) (1971)
20 – Morre ZUMBI DOS PALMARES, Herói Negro Nacional, Líder dos Quilombos de Palmares. (1695)
- Dia Nacional de Luta da Consciência Negra (1978)
- A Casa de Cultura promove o Simpósio da Cultura Negra para comemorar pela primeira vez o Dia Nacional de Luta da Consciência Negra. Instituição do Titulo Ouro de Consciência Negra O Governador JOÃO ALVES FILHO, representado pelo Capitão PM- PAULO AGRIPINO, é um dos agraciado com o Titulo (1983)
-
26 - Realização do CURSO DE RELAÇÕES RACIAIS para Policiais Militares e Civis, com o aprovo do Comandante PEDRO PAULO e do Secretário WELLINGTON MANGUEIRA.

30 – Lei Municipal institui a criação de Curso Preparatório para implantação de conteúdos programáticos baseados nas Culturas e História do Negro e do Índio (1994)
































DEZEMBRO


04 – Oferenda Votiva a IYANSÂ, Rainha de Balé Protetora das crianças de rua e das Prostitutas; Orisha Guerreira, dona dos Trovões e Tempestades
- Instalação da Diocese de Aracaju e posse do Primeiro Bispo. DOM JOSÉ THOMAZ GOMES DA SILVA (1911)
06 – Morre JOÃO CÂNDIDO, O Líder da Revolução da Chibata o “ ALMIRANTE NEGRO ‘ (1969)
08 – Dia de Oferenda Votiva a Orisha OSHUM, Protetora da fertilidade, dona do ouro e da faceirice.
09 - Lei Municipal dispõe sobre o Combate ao Racismo em Aracaju (1995)
- Professora TEREZINHA LEITE PRADO faz Conferência sobre NEGRITUDE E HUMANISMO na UFSE, abordando pela primeira vez o Panafricanismo em Sergipe.(1976)
10- DIA INTERNACIONAL DOS DIREITOS HUMANOS
12 – Lançamento do Livro “PANÁFRICA ÁFRICA IYA N’LA’, de autoria de Severo D’Acelino, inaugurando a introdução da literatura Afro-sergipana, (2001)
- Enforcamento dos Escravos MALAQUIAS e CHISPIM em LARANJEIRAS (1839)
18 – Fundação da Sociedade Libertadora de Sergipe e Jornal “O Libertador “ por FRANCISCO JOSÉ ALVES e sua filha Maria dos Prazeres Siqueira ( 1881)
23- Lei 4.192/99 cria :
- DIA ESTADUAL DE LUTA DA CONSCIÊNCIA NEGRA(1999);
- Reconhece JOÃO MULUNGU como Herói Negro do Estado(1999)
- Recomenda a inclusão do conteúdo da Cultura Negra em Concursos Públicos ;Cursos de Formação e Aperfeiçoamento.(1999)
26- CRIAÇÃO DO CONSELHO MUNICIPAL DE PARTICIPAÇÃO E DESENVOLVIMENTO DA COMUNIDADE NEGRA(1988)
Nascimento de ZIZINHA GUIMARÃES, Professora Negra, fundadora da Escola Laranjeirense em 1904. (1872)
31- Oferenda Votiva a IYEMANJÁ, a mãe dos Orishas.

A INFLUÊNCIA DO NEGRO NA CULTURA SERGIPANA


SEVERO D’ACELINO, DA CASA DE CULTURA AFRO SERGIPANA, IYLE ASHE OPÔ AIYRÁ

A INFLUÊNCIA DO NEGRO NA CULTURA SERGIPANA
“Culturas de Origens e Recriações”


CASA DE CULTURA AFRO SERGIPANA
EDITORA MEMORIAFRO
ARACAJU - 1998

Copyright @ by Severo D’Acelino


Homenagem aos 30 anos da Casa de Cultura Afro Sergipana. Em luta por Direitos Civis e Revitalização Cultural através da Educação.
1998.


A INFLUÊNCIA DO NEGRO NA CULTURA SERGIPANA
“Cultura de Origens e Recriações”


CASA DE CULTURA AFRO SERGIPANA


RECONHECIMENTO


No reconhecimento a todos aqueles que buscam no magistério sua opção de vida. Mesmo sabendo que ser professor é lutar diuturnamente por melhores condições, melhores salários e reconhecimento da sua importância, na preparação Intelectual e Cidadã de toda uma geração aos diversos níveis de atuações.

In Memorian do Professor JOSÉ ANTÔNIO DA COSTA MELO.


DEDICATÓRIA


Esta pequena obra é dedicada,


__Aos meus filhos: Iyanzamé e Obanshe Severo D’Acelino e Porto.

__Aos Professores e Estudantes de Sergipe preocupados com a
complementação da Formação Intelectual e Formação de Identidade.

__Aos Defensores, Simpatizantes e Militantes da Causa do Negro.

__A Maria Emília dos Santos e Maria José Porto Severo dos Santos.

__A memória dos meus Ancestrais.

__A memória do Professor José da Costa Melo.

__A memória dos GRFACAQUIANOS e de minha afilhada Isiz Reimão.

__A Oshalá Deus da Misericórdia.



MINHA LUTA


Minha luta no âmbito do Movimento Negro, que iniciou desde o momento em que nossos ancestrais foram trazidos para aqui como escravos, é por Direito Civis, pela plena Cidadania, contra o Racismo e as Discriminações e, sobretudo, pela Revitalização Cultural através da EDUCAÇÃO. Não é por obrigação, por favor, ou dever. É uma opção, em defesa de minha Raça, vilipendiada com grande contingente de indivíduos descomprometidos da nossa condição, enquanto negros espoliados e excluídos do espaço de poder e só lembrado para execuções de tarefas e nunca para participar das decisões.

Luto independente do respeito e do reconhecimento a minha pessoa, meu trabalho e minha organização, que somos vítimas principalmente por uma grande parcela de negros, comprometidos com seus projetos pessoais, manifestados pela consciência embutida, cultores da cultura e ideologia dominante, os nossos detratores.

Independentemente do respeito, participação e solidariedade dos meus irmãos de raça, repressores de minha cor e do meu credo e ideologia. Luto também e principalmente em sua defesa, seja Pobre, Rico, Preto, Pardo ou Mulato, independente de sua opção Religiosa, Sexual, Partidária, que seja Mocinho ou Bandido, entende que “Todo homem tem o direito de ser, em todos os lugares, reconhecido como pessoa humana, perante a lei e até que se prove o contrário, é inocente e a ninguém caberá julgá-lo ou condená-lo, sem o pronunciamento da justiça”.

Independente do seu poder político-econômico, social e cultural, para mim o que importa é o sonho da Unidade e Solidariedade Racial. Luto pela participação e reconhecimento e Voz do Negro na Sociedade Sergipana, mesmo que ele não tenha consciência política e sirva de complicador a consecução dos nossos objetivos, a luta continua a despeito dos próprios “negros” os tidos como brancos emergentes, pela cor da pele e pelo espaço de poder, que nos discriminam por conta de suas: Posições, Religiões, Cargos Políticos, Cor, Partidos, etc. A nossa luta está e sempre esteve acima destas pendengas reacionárias e “pequenas”, pois estou convencido que o maior instrumento gerador do Racismo e do Anti-Semitismo é o imobilismo e a violência do próprio negro, gerado no âmbito de sua insegurança e medo de ser Negro e respeitar o próprio Negro.

Particularmente para mim, a maior violência que tenho vivido é ser discriminado pelo próprio Negro. Isso dói e mim tira do ar momentaneamente, mas tira, e como dói.
A minha família é brasileira e sergipana, tem os vícios, as cores e raça do Negro, Pardo, Mulato e Preto, não é uma tribo, também não é uma torre de babel, é uma família com séculos de cultura, tradições e contradições, conflitos e resistências, mas uma família negra.

Infelizmente vivemos hoje um Estado Teocrático de ação repressiva, onde a Igreja Universal do Reino de Deus está dando as cartas e o tom, reeditando o instrumento da Inquisição em cima dos negros, notadamente do Candomblé, buscando no esmagamento da Cultura Negra a edição de Novo Sincretismo, através do incitamento à discriminação, vista de longe pelas autoridades, numa constante violação dos Direitos Humanos, e da Constituição Nacional, aprisionando Partidos e Políticos pelo voto e induzindo a competição entre os outros segmentos evangélicos e da própria Igreja Católica, alijada a nova ordem do “Bispo Macedo” e seus seguidores, colocando uns contra outros, principalmente os negros e pobres, instrumento de sua manifestação fascista na produção da indústria dos milagres e exorcismo, dando continuidade ao sonho de Hitler, tendo o negro como objeto de massacre. Antes era a pureza racial através do Arianismo, hoje é a pureza religiosa através da “verdade bíblica do Apocalipse”, onde o negro e sua cultura deve ser exorcizado, um recolhido através da “conversão” aos braços do “Jesus” e outro extinto numa apologia a dominação personalista da Nova Teocracia. Infelizmente hoje não temos o Bonifácio e os políticos estão e são reféns do curral eleitoral dos fanáticos emergentes do Apocalipse, que ao meu ver deveriam conhecer a Constituição Federal e as Declarações Universal dos Direitos Humanos. Não conheço nenhuma Igreja, Padre, Bispos, Pastores que tenham se levantado contra o Racismo e as Discriminações em Sergipe.

Ao contrário, se alimentam disso, no incitamento às discórdias.

Severo D’Acelino.

Sou mais Sergipe, com Direitos Humanos.


Kó Sí Obá Kan Afi Olorum.
Homenagens Especiais a TIM MAIA na expressão de sua existência no manifesto da Universidade Afro Brasileira esperança desperta em todos nós, no eco de sua voz.


O QUE A VIDA ME ENSINOU NA QUESTÃO DA DISCRIMINAÇÃO RACIAL

“Até que a filosofia que mantém uma Raça Superior e outra Inferior seja afinal e permanentemente desacreditada e abandonada.
Até que não haja mais cidadãos de primeira e segunda classe de qualquer nação.
Até que a cor da pele de um homem não tenha mais significação do que a cor dos seus olhos.
Até que os Direitos Humanos básicos sejam igualmente garantidos a todos, sem distinção de raça.
Até que esse dia, o sonho de uma paz duradoura e de uma ordem internacional justa continuarão sendo uma vã ilusão a ser perseguida e nunca alcançada.
Até que o ignóbil e infeliz regime que mantém nossos irmãos em condições subhumanas tenha sido derrubado e destruídos.
Até que o fanatismo, a intolerância o preconceito e o egoísmo tenham sido substituídos pelo entendimento, a tolerância e a boa vontade.
Até que todos os africanos se levantem e falem como seres livres iguais perante ao todo poderoso.
Até esse dia o Continente Africano não conhecerá a paz.
Nós africanos, lutaremos, se necessário, e sabemos que iremos vencer, confiantes que somos na vitória do bem sobre o mal”.

BOB MARLEY.


EU TENHO UM SONHO



(...) Sonho que este país se levante e passe a viver o significado real do seu credo: “Tais verdades são para todos nós, evidentes: que todos os homens são criados em igualdade”.

Sonho que um dia, sobre as colinas avermelhadas da Georgia, os filhos de antigos donos de escravos possam se sentar juntos à mesa da fraternidade.

Sonho que um dia, até mesmo o Estado do Mississipi, um deserto sufocante do calor da injustiça e opressão, venha a se transformar num oásis de liberdade e justiça.

Sonho que meus quatro filhos um dia vivam num país onde não serão julgados pela cor da pele, mas pelo caráter.

Eu tenho um sonho hoje.

Sonho que um dia o Estado do Alabama, cujo governador tem nos lábios as palavras da intervenção e da anulação, venha a se transformar numa situação onde criancinhas negras possam andar juntas e de mãos dadas com as brancas, como crianças irmãs.

Eu tenho um sonho hoje.

Sonho que um dia todos os vales sejam exaltados, todas colinas e montanhas sejam igualadas em um só nível, todos os terrenos ruins sejam cuidados, todas as áreas deformadas sejam endireitadas, a glória do Senhor seja revelada e todos os seres vivos a encontrem juntos.

É essa a nossa esperança. É essa a fé com que volto para o sul. Com ela podemos escavar da montanha do desespero a pedra da esperança. Com ela poderemos transformar a discórdia dissonante de nosso país numa bela sinfonia de fraternidade.

Com essa fé conseguiremos trabalhar juntos, lutar juntos, ir presos juntos, unirmo-nos em prol da liberdade juntos, sabendo que um dia seremos livres.
Será esse o dia em que todos os filhos de Deus poderão cantar com um novo significado: “Meu país é de vocês, doce terra da liberdade, por vocês eu canto. Terra onde meu pai morreu, terra do orgulho do Peregrinos, em todas as encostas, que soe a liberdade”.

E se os Estados Unidos hão de ser um grande país, é preciso que isso se torne realidade. Pois que soe a liberdade nas pródigas colinas de New York. Que soe a liberdade nos altivos montes da Pensilvânia. Que soe a liberdade nos picos nevados das Montanhas Rochosas do Colorado! Que soe a liberdade nos montes curvilíneos da Califórnia. Mas que não seja só isso: Que soe a liberdade na Montanha da Pedra na Geórgia! Que soe a liberdade nas montanhas do Tennessee! Que soe a liberdade em todas as colinas e recantos do Mississipi. Em todas as encostas, que soe a liberdade.

Se deixarmos que soe a liberdade, se a deixarmos soar em todos os vilarejos e povoados, em todos os estados em todas as cidades, conseguiremos antecipar o dia em todos os filhos de Deus, negros e brancos, semitas e não semitas, protestantes e católicos, poderão dar as mãos e cantar as palavras do antigo Spiritual dos negros: Livres, finalmente! Livres, finalmente! Graças a Deus Todo-Poderoso, estamos livres, finalmente.

28 de agosto de 1963.


MARTIN LUTHER KING JR.


A INFLUÊNCIA DO NEGRO NA CULTURA SERGIPANA



CONSIDERAÇÕES:


A apropriação do conhecimento na medida em que contribui para que a ciência histórica saia das tumbas onde a encarceraram todos aqueles que têm medo das suas revelações, e reascenda nas ruas, escolas, comunidades, no cotidiano das lutas e na chama do povo, a História do Negro Sergipano viva, revitalizada e repensada a construir-se parafraseando a Historiadora Rosa Maria Godoy Silveira, iniciamos o tema.

O espaço geográfico que hoje se constitui o Estado de Sergipe, foi ocupado por um conjunto de etnias africanas introduzidas com o advento da escravidão e a exemplo dos demais grupos étnicos tinham maneira próprias de organização. Seus modos de vida, suas línguas, suas culturas, filosofias, modo de agir e reagir, conjuntos organizados de idéias, suas elites, histórias, filosofia, técnicas de subsistência, Lideranças, Religiões, Heróis, Tradições, Usos e Costumes, Educação, Moral, etc., num processo de elaboração gerado através de séculos. Essa diversidade pode ser observada nas diversas áreas e núcleos culturais em todo Estado de Sergipe, pois a cultura negra marcou profundamente a alma do povo e visibilizou o Sergipe paralelo, o oficial e o negro, demarcando a sua influência e determinando o processo, de resistência desde a introdução da primeira leva de africanos.

No dizer de Maria de Andrade Gonçalves “Se a cultura do branco representa a cultura dominante, a cultura do negro significa o oposto”. Por ter vindo como escravo, o negro foi sempre olhado como elemento culturalmente inferior, a história do negro no Brasil é também a história da resistência a imposição da cultura branca. Tirado do seu ambiente social, foi trazido ao Brasil para outro estado cultural diferente. Em contato com a cultura branca e indígena, a sua cultura se desestrutura para se reestruturar de outra maneira, mas encontra formas de preservar de recriar elementos fundamentais de sua identidade. Um exemplo disso é a sobrevivência das religiões africanas adaptadas ao Brasil. Os escravos brasileiros passam a vida inteira praticando externamente a religião cristã, não absorvendo inteiramente a sua essência, demonstrando assim, um grau de resistência muito grande. Adotam os nomes dos santos da Igreja Católica, mas mantém seus próprios cultos.

A desigualdade social entre senhores e escravos aparece dentro da própria Igreja Católica esta instituição converte os escravos, ajudando o Estado Português na obra colonizadora, para tanto mantém internamente a separação de classe (apartheid), como é o caso das confrarias religiosas. Umas de composição exclusivamente aristocrática e outras compostas exclusivamente por escravos ou pessoas de baixa condição social.

O negro teve que se adaptar também a língua do colonizador. As primeiras manifestações literárias em Sergipe, surge a partir da década de 1830, os livros, nada falam sobre a cultura negra, durante o Império como se o negro não existisse, permanecendo a prática cultural da colônia. É na literatura escrita pelos brancos que se pode perceber personagens populares, mas de uma forma idealizada e não real. A cultura negra nem sequer é idealizada. Os senhores de engenhos continuam sendo os donos da vida e da morte dos seus escravos.

A literatura não coloca o negro na mesma ênfase como em relação ao índio na opinião de Nelson Werneck Sodré e Sílvio Romero “A verdade histórica é que só nas letras e nas artes a partir dos escritores românticos, principalmente, ganha espaço a dignificação do negro e do escravo como homem, como cultura nacional, inteligente e sensível, capacitado aos mais altos remígios do coração e do espírito”.

Os negros escravizados, desde o primeiro momento que foram introduzidos em terras sergipanas marcaram profundamente nas áreas de ocupações com sucessivas manifestações de revolta, em busca de sua liberdade, associando-se aos Índios, aos negros da Bahia, aos Franceses, aos Portugueses insatisfeitos e sobretudo aos ciganos, em contínuo levantes, predominando as táticas de guerrilhas, trazidas da África, denominada de Quilombo, Mocambo, Rancho etc.

Com a abolição os ex-escravos foram abandonados as suas próprias sortes uns, agregando-se aos seus antigos senhores, outros buscando a capital e outros buscando na mendicância a sobrevivência, mas todos marginalizados. O Negro ficou numa posição mais humilhante da sociedade sergipana, no desemprego, sub-emprego, no contexto em que o preconceito de cor, funcionava e funciona como barragem permanente. Iniciando desta forma uma outra forma de luta: por Direito Civis e igualdade por oportunidades, envidando esforços para reorganização de ações para assegurar direitos de lutar contra as adversidades do Racismo e da exclusão.

A Igreja aliada fiel dos senhores. Entre os padres encontravam-se alguns dos mais cruéis proprietários de escravos. Nem poderia ser diferente a posição da Igreja, quando se sabe que a escravidão negra foi um negócio entre a Santa Sé e a Coroa Portuguesa. O Papa Nicolau V, em janeiro de 1454, autoriza o mercado de escravos africanos através da Bula ROMANUS PONTIFEX, argumentando que o negro batizado e “resgatado” para a fé católica é negro salvo para a eternidade. Por traz disso a Coroa pagava juros e comissões sobre o tráfico.

De nossas origens, históricas, culturais e tradicionais, só uma revisitação apaixonada aos nossos ancestrais e desapaixonadamente, uma revisitação a nossa história, para uma revisão, reescrevê-la e revitalizá-la, trazendo a superfície as nossas origens e identidades, adormecidas e silenciadas pela ação negativa da cultura dominante, para nos manter a deriva sem referencial de norteamento.

Buscar na política educacional, mecanismo de identidade através da difusão e ampla discussão dos nossos valores, como instrumento de formação intelectual, é e tem sido o propósito de todo nós nesta luta nítida pela redução das distâncias e barreiras, uma inces são no plano maior e democrático da expressão manifesta do saber e poder, gerados pela apreensão de conhecimentos plurais e universal, nesta diversidade aqui temos grande parcela de contribuição.

Reconhecer o negro é reconhecer as suas culturas e contribuições, sua importância ímpar no processo colonizador e na formação cultural e do Estado, como um todo, não como simples divisão territorial, mas com ações e funções de promoção do bem comum e criação de condições materiais, institucionais, culturais e morais, necessárias para garantir a todos as possibilidades concretas de atingir níveis de vida compatíveis com a dignidade humana, encontrando na natureza social do homem as ações do seu desenvolvimento participativo e cidadã.

A falta de referência do conjunto do memorial negro afro sergipano tem dificultado o interesse de sua aplicação no âmbito das escolas, reduzido a uma única disciplina: História, o ensino e discussão do seu complexo conteúdo, colocando os professores em constantes constrangimentos por falta de elementos sistematizados para fundamentação do conteúdo da cultura Negro Afro Sergipano.

Urgente se faz a formulação do processo, para elaboração de uma metodologia compatível com as disciplinas, dentro de uma didática elaborada e funcional, que contemple todo manifesto do universo afro sergipano no primeiro momento, generalização do complexo nacional e aprofundamento do Continente Africano, como matriz e Panafricanista como situação.

Entendemos que o conteúdo deve ser associado as disciplinas específicas exemplificando: Português. Literatura. Geografia. Religião. História. Educação Artística. Educação Física. Ciências. Estudos Sociais. Etc., no sentido de em escala definida pela carga horárias possam os professores ampliar o universo de conhecimento dos alunos, promovendo as suas formações intelectuais a partir de valores locais.

Este é o sentido específico e objeto de nossa preocupação e interesse evidenciado há longo tempo de observações na prática de nossas ações e intervenções nas escolas, através de Seminários, Palestras, Debates e Conferências, associadas as atividades do Projeto Cultural de Educação “João Mulungu vai às Escolas” e as campanhas e projetos para inclusão da Cultura Negra nos currículos escolares e adoção de uma pedagogia interétnica que contemple todos os grupos formadores de nossa cultura.

A Linha de Ação Afirmativa se nos apresenta como um instrumental capaz de promover a produção de identidade e auto-estima da comunidade estudantil agindo esta como agentes multiplicadores do processo nas comunidades e promoção de auto-estima, contribuindo com ações compensatórias nas formulações de Políticas Públicas, numa divisão afirmativa.



Animpum, abril de 1998.
Severo D’Acelino
























A INFLUÊNCIA DO NEGRO NA CULTURA SERGIPANA

HISTÓRIA:


Com a invasão dos portugueses ao continente africano com o recente fracasso das Cruzadas e com beneplácito da Igreja, através da Bula Papal, abençoando e autorizando a invasão, numa cumplicidade hedionda, diversas tribos foram dizimadas e diversos reinados, esmagados em função do expansionismo português e dos seus aliados, a Santa Sé e a coroa Espanhola, no sentido de promover a colonização das terras do além mar, notadamente as terras do Brasil, recém invadidas pelos portugueses.

Os primeiros negros escravizados, foram introduzidos com a vinda de Tomé de Souza e os Jesuítas em 1549, efetivamente que quando chegaram já haviam numerosos escravos, oriundo do tráfico oficial e paralelo.

Em Sergipe a introdução do negro escravizado, deu-se oficialmente, após o massacre de Cristóvão de Barros sobre os Índios que lutavam contra os invasores, impedindo o processo de colonização e a ocupação de suas terras, sendo portanto dizimados. Evidentemente que extra oficialmente já existiam negros escravizados aqui em Sergipe, utilizados na pecuária e na agricultura de subsistência, logo depois absorvidos na lavoura do fumo e da cana de açúcar.

Com o surgimento dos Engenhos recrudesceram o tráfico em Sergipe, principalmente tendo como ponto de referência a Capitânia da Bahia de onde partiram os primeiros colonizadores do território sergipano, trazendo na bagagem seus escravos que com a chegada de Tomé de Souza, passaram a entrar em grandes quantidades, oriundo de diversas tribos e etnias.

O Mundo Greco-Romano criou uma concepção jurídica definindo a escravidão. No direito romano, o escravo podia ser vendido, alugado, penhorado, testado e, afinal, morto. Não tinha existência civil; não era pessoa natural capaz de direitos e obrigações. Chamavam-no instrumentum vocale - um instrumento falante. Tratava-se em suma, de um modo de produção escravista, ou por outra parte, um sistema de produção social baseado no trabalho escravo. Não que antes o escravo não fosse explorado economicamente.

O Negro não conhecera na África a escravidão econômica, conhecera apenas, e ainda a título de excepcional, uma escravidão do tipo patriarcal. A História das revoluções negras prova, de que a teoria da submissão é totalmente infundada. O Negro na África era agregado a tribo vencedora, onde se praticava o ato do despojos de guerra, e esses ditos “escravos” muita das vezes chegavam a alcançar cargos e funções vitais nas tribos.

Em Sergipe o fluxo de negros escravizados, foram localizados nas áreas econômicas. Efetivamente que o processo, estava ligado diretamente e obedecia a toda a estrutura imposta pelo poder colonizador. Os negros escravizados eram agrupados em áreas pré-determinadas para o comércio, onde divididos, eram apresentados em lotes para a venda e distribuições, cabendo a Igreja um percentual da leva.

O Racismo contra os negros e o anti-semitismo são no dizer de Júlio José Chiavaneto, contrafações políticas da sociedade, que se reflete também no seu produto cultural. A ideologia do branqueamento, produto político da escravidão no Brasil, teve suas máscaras, que serviram para negar o princípio do racismo que trazia em sua essência. Praticamente ao ser descoberto, o Brasil começou a ser vítima do racismo do anti-semitismo. Sergipe teve sua cota de contribuição na função do Santo Ofício como consta in a Inquisição em Sergipe, no dizer de Mott.

O comércio de escravos prosperava em Sergipe, completado os freqüentes contrabandos. Sendo a grande mercadoria, objeto de negócios e transações florescentes, o poder público, o primeiro a usá-lo para, das mais diferentes formas aumentar sua renda.

A Igreja esteve com a escravidão, ao lado dos senhores. Não foi sem razão que ela como instituição, foi a última a levantar a voz em defesa da abolição.











A INFLUÊNCIA DO NEGRO NA CULTURA SERGIPANA



ORIGENS:


Quem somos
De onde vimos
Para onde vamos








O Negro sergipano, aculturado, distribalizado, sem identidade e referências, ainda hoje sofre para construir sua formação intelectual, sua formação cultural e sua Identidade Racial, e como sobrevivente do holocausto, viver a deriva, por conta da herança das estruturas sociais impostas pela Igreja e pela Corôa Portuguesa, aqui em Sergipe.

No período da escravidão, não foi-nos dado oportunidades de freqüentar as escolas, a nossa cultura não faz parte dos currículos escolares, os nossos valores continuam estigmatizados, considerados, baixos inferiores, os nossos heróis desmoralizados, nosso arquivo humanos, ocultos e ignorados, excluídos do espaço político e cultural.

Na ação do tráfico, diversas etnias foram introduzidas em Sergipe e separadas para atender a estratégia do dominador que tinha por meta a suspensão da identidade histórica e cultural, tendo a comunicação a sua maior expressão. Com a perda da língua perdeu-se parte da identidade. Aglomerados, todos foram forçados a falar a língua do dominador e logo os que não morriam de Banzo, eram atingidos pela regressão cultural e nisso a Igreja foi competente. Com a exclusão da língua e da religião os negros escravizados, foram forçados a se adaptar a cultura hostil, perdendo seus valores ancestrais e culturais.

Diversos autores ensaiaram classificações dos diversos grupos tribais, introduzidos com a escravidão, no esforço de determinar as etnias, outros grupos culturais, reduzindo a Bantus e sudaneses, neste sentido a procedência dos negros escravizados em Sergipe, tem sido motivo de divergências e controvérsias. Uns são partidários da predominância SUDANEZA, outros o BANTUS, dentre estes se nos apresenta a procedência: Congo-Angola; Angola; Congo; Benguela; Costa do Ouro; Minas; Golfo de Benin; Gêge; Benguela.
Todo fluxo de negros escravizados, era introduzido pelo porto da Bahia e Pernambuco, e pela lógica, os grupos étnicos dessas duas áreas estão presente no conjunto étnico de Sergipe, provindo dos mais variados rincões africano, depositados em currais portuários. Vale ressaltar aqui a presença do grupo Sudanês: Haussas, tapas, Mandingas, Fulás, Nagôs, Minas e Gêges. Os Bantus também predominam.

As técnicas separatistas utilizadas pela Igreja e pelos portugueses, para separar os negros, afim de melhor manipular, o grupo, foram diversas e conseguiu a indução do mentalidade escrava, moldando uma ação de antipatia entre os negros escravizados, chegando até os nossos dias. A primeira ação, foi a separação dos iguais: tribos e membros familiares, reparados para os leilões e mercados de escravos. Depois foi a indução de privilégios das classificações: Negros da Casa Grande e Negros dos Canaviais, Negros Ladinos Boçais, etc; logo após as tipificações de: Ingênuos, Libertos, Cativos, seguindo: Crioulos (os nascidos no Brasil), Mulatos, Pardos, Pretos, Mestiços, Fulos, Curiboças, Mozambos, muito preto, pardo disfarçado, branco misturado, trigueiro, um tanto trigueiro, pardo trigueiro, pardo mais trigueiro, raça misturada, raça combinada, diversas misturas de gente, pessoas de muitas variedades.

Esse processo perdurou e até hoje há intensa dissidência entre os pardos e mulatos contra o preto, aqueles buscam aproximação com o grupo branco, discriminando o preto para os quais só este é negro. Nisso a Igreja e os portugueses foram competentes, a indução do acirramento intra-racial em apologia da ideologia do branqueamento no dispersamento da unidade racial e banimento da identidade cultural, pelo que se reflete no conteúdo do distribalismo e todo o empenho colonial para dividir os negros escravizados e esmagamento de sua identidade cultural conseguiu através das tipificações, classificação e a falsa mobilização onde privilegiava a cor da pele as melhores funções no espaço inferior de poder, concluindo com o maquiamento dos negros que conseguiram se destacar sendo branqueados pelo poder e pela história, para elevar o signo da elite branca, competente em cooptar valores, para fortalecer seu grupo dominante.

Hoje a população negra de Sergipe se nos apresenta, em suas mais variadas localizações territorial, conforme o Quadro Demonstrativo, com referendo dos dados IBGE-1980, atualizado somente o percentual das populações absoluta, visto os complicadores gerados pela instituição para dificultar os parâmetros de formulação de Políticas Públicas para a comunidade negra. Hoje o IBGE trabalha com metodologia diferenciada, para não registrar a população negra por município, generaliza por Estado, com os indicadores: Branco, Preto, Amarelo, Parda e Indígena. Ressalta-se que o parâmetro racial que o Brasil a nível de Nação, assinou quando aderiu as Nações Unidas, assim se tipifica: Negra, Branca e Amarela, no entanto para confundir a identidade da população negra, registra mais de 185 (cento e oitenta e cinco) tipos para definir o negro. O IBGE em 1987, apresentou no PNAD, para Sergipe uma população de 1.351,210 habitantes, 414.035 Brancos e 937.139 Negros (aqui definido como Pretos e Pardos). Os dados de 1996 apresenta o quadro de Sergipe em: População Absoluta 1.624.175. Os dados deste Quadro, tem como parâmetro os indicadores de 1980, mesmo apresentando o Censo atualizado dos municípios, incluindo Santana do São Francisco.

SITUAÇÃO DOS NEGROS NO ESTADO DE SERGIPE


NUM MUNICÍPIOS 1996 1980 NEGROS
POPULAÇÃO HOMENS MULHERES TOTAL %NEGRO
1 Amparo do São Francisco 1994 1704 629 643 1272 74,65
2 Aquidabã 17269 16125 5674 6601 12275 76,12
3 Aracaju 428194 293119 101145 109532 210677 71,87
4 Arauá 10608 8924 4177 4040 8217 92,08
5 Areia Branca 14040 6332 2956 2973 5929 93,64
6 Barra dos Coqueiros 16155 7952 3799 3887 7686 96,65
7 Boquim 23789 18320 6660 6327 12987 70,89
8 Brejo Grande 6813 7247 3125 3146 6271 86,53
9 Campo do Brito 14913 11903 3193 3145 6338 53,25
10 Canhoba 3890 4087 1196 1172 2368 57,94
11 Canindé do São Francisco 14513 6157 3505 2538 5043 81,91
12 Capela 25744 23008 8882 8689 17571 76,37
13 Carira 16636 15577 5664 5628 11292 72,49
14 Carmopólis 7795 4463 1982 1989 3971 88,98
15 Cedro de São João 5164 4921 1472 1291 2763 56,15
16 Cristinápolis 12774 4463 1242 1291 2533 56,76
17 Cumbe 3500 3402 1490 1510 3000 88,18
18 Divina Pastora 2833 2188 896 887 1783 81,49
19 Estância 56749 36825 15614 1589 31433 85,36
20 Frei Paulo 11331 8830 2963 2997 5960 67,50
21 Feira Nova 4686 3854 1852 1832 3684 95,59
22 Gararu 10211 11284 3952 3807 7759 68,76
23 General Maynard 2352 1863 770 704 1474 79,12
24 Graccho Cardoso 5223 6032 2410 2392 4802 79,61
25 Ilha das Flores 7585 7743 2795 3017 5812 75,06
26 Indiaroba 11904 7749 3424 3544 6968 89,92
27 Itabaiana 72207 52601 16191 16741 32932 62,61
28 Itabaianinha 32537 26475 11941 11715 23656 89,35
29 Itabí 4839 4732 1270 1256 2526 53,38
30 Itaporanga D’Ajuda 20174 16603 7122 7068 14190 85,47
31 Japaratuba 13663 10471 4489 4182 8671 82,81
32 Japoatã 10465 7797 3085 2976 6061 77,74
33 Lagarto 75316 58328 17286 17082 34368 58,92
34 Laranjeiras 21310 13275 6720 6555 13275 100,00
35 Macambira 5361 4420 1201 1210 2411 54,55
36 Malhada dos Bois 2860 2439 725 645 1370 56,17
37 Malhador 10756 8307 2504 2481 4985 60,01
38 Maruim 14499 11366 5216 5112 10328 90,87
39 Moita Bonita 10032 8622 2189 2312 4501 52,20
40 Monte Alegre de Ser 10088 8599 2413 2394 4807 55,90
41 Muribeca 6626 6071 2197 2132 4329 71,31
42 Neopólis 16732 17580 7887 8153 16040 91,24
43 N. Senhora Aparecida 7945 8753 993 1075 2068 23,63
44 N. Senhora da Glória 24412 20432 5293 5152 10445 51,12
45 N. Senhora das Dores 20359 17493 7963 8037 16000 91,47
46 N. Senhora de Lourdes 5317 4183 1504 1440 2944 70,38
47 N. Senhora do Socorro 105724 13710 6595 6154 12749 92,99
48 Pacatuba 11154 9823 4258 4313 8571 87,25
49 Pedra Mole 2322 1718 805 809 1614 93,95
50 Pedrinhas 7924 5404 2154 2259 4413 81,66
51 Pinhão 4728 3989 1634 1675 3309 82,95
52 Pirambu 5946 3311 1072 973 2045 61,76
53 Poço Redondo 18749 16741 6830 6902 13732 82,03
54 Poço Verde 17612 14356 5024 5006 10030 69,87
55 Porto da Folha 23206 22863 5505 5635 11140 48,73
56 Propriá 25986 21309 5505 5635 11140 52,28
57 Riachão do Dantas 17820 17474 6407 6571 12978 74,27
58 Riachuelo 7771 5898 2665 2715 5380 91,22
59 Ribeiropólis 14455 12205 1620 1643 3263 26,73
60 Rosário do Catete 6570 3915 1927 1481 3408 87,05
61 Salgado 17608 12270 5393 4816 10209 83,20
62 Santa Luzia do Itanhy 10912 8026 3945 3792 7737 96,40
63 Santa Rosa de Lima 3341 2975 1066 1050 2116 71,13
64 Santo Amaro das Brotas 10157 7947 3339 3153 6492 81,69
65 São Cristovão 57553 24129 11100 11932 23032 95,45
66 São Domingos 8335 6316 2335 2322 4657 73,73
67 Santana do São Francisco 5730
68 São Francisco 2422 2046 900 948 1848 90,32
69 São Miguel do Aleixo 3078 3095 1292 1315 2607 84,23
70 Simão Dias 33707 27031 8436 8770 17206 63,65
71 Siriri 6803 5406 2699 2507 5206 96,30
72 Telha 2444 1963 257 261 518 26,39
73 Tobias Barreto 40740 30781 10087 10218 20305 65,97
74 Tomar do Geru 12464 10537 4133 4001 8134 77,19
75 Umbaúba 16489 9504 4589 4467 9056 95,29

















A INFLUÊNCIA DO NEGRO NA CULTURA SERGIPANA



CULTURAS:


O conjunto organizado de idéias e manifestação dos negros escravizados, introduzidos em Sergipe a força, para o trabalho braçal, servidão e submissão a uma dita raça superior, cumpliciada pela Igreja, para a dominação do homem negro, foi um processo de reorganização, dentro de uma estrutura e conjuntura hostil.

Cada tribo aqui introduzida, era portadora de um conjunto de manifestações onde se embutia, a língua, religião, educação, tradições, heróis elite, filosofia, costumes, arte, literatura, técnica de subsistência, estratégia de luta, normas etc. Com o processo dominante, todas as tribos e étnicas, foram cooptadas pelo aparelho repressor dos colonizadores em comunhão com a Igreja, manietando e aculturado todos os manifestos culturais trazidos da África pelos contingentes, compactando-os, esmagando e estereotipando os memorandos tradicionais, lhes impondo uma cultura de violência.

A insatisfação anti-lusitana, gerou logo no primeiro momento, uma área de conflito e resistência, impondo aos negros escravizados, atalhos de sobrevivência cultural e de todos os lastros, numa readaptação e recriação constante para a manutenção de seus valores, símbolos e signos, ampliando assim com esta técnica de adaptação os elementos culturais dos diversos grupos, numa tática de preservação, neste sentido de diversidade cultural começa a sofrer mudanças numa frente de defesa, cujo resultado, foi as menos expressivas, serem absorvidas e ou assimiladas pelas mais resistentes, como exemplifica a supremacia da cultura sudanesa sobre as demais, sendo que alguns símbolos e expressões de outras culturas serem instintos.

A expressão da religiosidade, tem sido até hoje o ponto de radiação e resistência das culturas negras e dos reinados africanos entre nós. Onde repousam sobre ela todo conjunto cultural e referendo da resistência e revitalização e formulação de identidade. O manifesto político, cultural e social da religião afro entre nós é de tão expressivo valor e significativa importância que se nos apresenta dificuldades na identificação do conjunto de outras culturas.

Uma das armas e técnicas utilizadas pela Igreja, para o banimento do memorial africano entre nós, foi o Sincretismo, reutilizado e adaptado pelos negros escravizados, para a preservação de signos e símbolos e mesmo para ampliação e difusão dos valores culturais, através de gerações, uma ampla recriação das manifestações dos dominadores. Essa cultura e recriação, foi vitoriosa e muito competente, na preservação dos valores afros e ampliação da área de poder através das disposições culturais, tidas e havidas como “folclore” e “coisas de negros”.

A influência do Negro na Cultura Sergipana, vai desde a religiosidade popular as festas coletivas, impondo sua presença profundamente na alma e na vida da população, influenciando os:

Costumes Modo de agir e reagir Vocabulário
Música Dança Culinária
Arte Artesanato Literatura
Vestiário Ergologia Crenças
Cancioneiro Técnica de subsistência Filosofia
Tradições etc, num constante fluxo de empréstimo, reimpréstimo, absorvendo em parte ou no todo, manifestos de outros grupos culturais.

Expressamente o negro tem a sua cultura, explicitada em:

História Língua Religião
Artes Literatura Elite
Filosofia Moral Tradições
Educação Filosofia Ciência
Técnica de Subsistência Líderes

Grupos organizados etc., que a cultura oficial, faz questão de desconhecer, num processo grotesco de banimento e exclusão do negro da sociedade mais ampla, excluindo seus valores culturais como referencial de ação e presença do negro na formação e construção desta sociedade excludente e racista.

Neste processo, destaca-se as culturas Bantus e Sudanesa com suas características marcante em toda a extensão da alma e do povo sergipano em seu modo de ser agir e pensar.





A INFLUÊNCIA DO NEGRO NA CULTURA SERGIPANA



ARTES:


O Negro sergipano introduzido com a escravidão, trouxe consigo, toda sua expressão cultural aprendida no Continente Africano parte integrante de sua identidade tradicional e ancestral. Foram duramente violentados em seu saber, levados a uma adaptação estranha ao seu universo e sua relação e técnicas de comunicações, manifestados a um fazer estropiado e monocultural, trazendo trágicas regressão, levando-o a outros mecanismos de subsistência e sobrevivência, numa cultura de violência.

Trouxeram suas Artes, literatura, danças, línguas, tradições, usos e costumes, cantos, estórias, religião, técnica, etc. que eram parte integrante do seu modo de vida, sua forma tradicional de se expressar individual e coletivamente, atribuindo formas e conteúdos as manifestações, sejam materiais ou espirituais.

Oriundos de culturas superiores e com expressões e estéticas definidas, foram forçados a recriar e absorver estéticas e valores, para produção de resistência da sobrevivência cultural, enfrentando a culturas dominantes, onde saber passou ser campo sacralizado pelo processo de conveniência intelectual, organizador da estética e da burguesia, numa hegemonia do modelo europeu por mediação da universalidade inculcando formas de sentir, pensar e agir.

Entendemos como Arte a expressão de uma cultura, de um conhecimento de vida interior contraposta com o conhecimento exterior, portanto a criatividade sensorial do seu detentor, tendo por base o seu universo cultural e experiências interiores, individuais e coletivas determinado por seus componentes e conteúdos culturais.

O negro nas artes e as Artes Negras, buscam expressar seus valores éticos, estéticos e étnicos dentro da complexibilidade que se avoluma com o dimensionamento da dinâmica e das influências do indivíduo criador, direcionada a seus objetos funcionais, espontâneos.

A estética da arte negra, busca a projeção das manifestações próprias de sua tradição e ou dimensionada dentro de sua expressão filosófica enriquecidas por episódios e peculiaridades da cor local.
Neste sentido a arte está nos manifestos do seu conteúdo cultural:

Nos folguedos Religião Artesanato
Culinária Danças Sagradas Vestiários
Narrações Crenças Literatura Oral
Gestos Vocabulário Coreografia
Cânticos de Trabalho Cânticos Lúdicos
Cânticos Religiosos Cânticos Profanos Nas Lúdicas
Adereços Festas Tradições
Usos e Costumes Dramas Teatros
Pinturas Gravuras Cores vivas e quentes

Evidência a forte oposição intelectualizada em cima da cultura negra tipificando-a como baixa e inferiores nisso, amplia o processo de cooptação dos negros que se destacam nos níveis e áreas delimitadas e demarcadas pela burguesia dominante, in referência a cultura do norte europeu, a cultura tida como signo da civilização, a considerada alta e superior. Esse manifesto bizarro não impede de agir na ampliação dos seus quadros falidos e estéril, branqueando os negros antes suas produções e tipificando-os como brancos através de suas obras e produções superiores. Esse branqueamento associa-se a política da dominação, cujo conteúdo é a segregação e o apartheid num jogo de sedução de cunho separatista, jogando o negro contra o outro através de uma pseudo mobilização ao mundo dos brancos. Exemplifica a nível nacional: Aleijadinho; Machado de Assis; Cruz e Souza; Pedro Américo; André Rebouças; Antônio Pereira Rebouças; José do Patrocínio; Castro Alves; Lima Barreto; Manuel Quirino; D. Silvero Pimenta; Heitor dos Prazeres; Nelson Carneiro; Edison Carneiro; etc.

Dentro do exemplo sergipano, vale ressaltar: Tobias Barreto; Horácio Hora; Sílvio Romero, dentre outros, pretos, pardos e mulatos que se destacaram pelo talento no cenário sergipano em particular e brasileiro em geral. Artistas, Poetas. Escritores, Advogados, Jornalistas, Engenheiros, Médicos, Militares, Cientistas, Musicistas, Economistas, Sacerdotes, Sociólogos, Artistas Plásticos, Atores, Oradores, Políticos, Babalorixás, Iyalorixás, Juizes, Desembargadores, Empresários, etc.

Sergipe é um Estado Negro, mas sem Cultura Negra e sem Identidade, detém 87% de sua população absoluta do contingente negro. As marcas são indeléveis , as raízes penetram fundo na alma do povo e por mais que se neguem, por mais que rejeitem e não assumam as origens e marcas raciais, as raízes africanas está presente em suas entranhas, não há como fugir. O sangue e a ancestralidade, não há como negar. Não há como recusar. Não há como recuar. Ele nos eleva e identifica. Não adiantando, portanto, o pardo e o mulato dizer que não são negros, insultando a inteligência e identidade cultural africana.






































A INFLUÊNCIA DO NEGRO NA CULTURA SERGIPANA



RELIGIOSIDADE:


Trazida com o advento da escravidão. As Religiões Africanas, marcaram profundamente a alma e a cultura afro sergipana, com sua cosmologia, ampliada ou reduzida em adaptação do Panteão Africano transferido, com seus signos, ritos e liturgias, determinou a cultura e estrutura paralela e assinalou a referência do memorando cultural ancestral.

A sua sobrevivência, determinou a adaptação local com introduções de outras influências, seja as impostas pela repressão da cultura dominante, seja a assimilada da cultura aliada, no caso a indígena, pois foram os índios seus primeiros e virtuais aliados, dele aprendendo diversas técnicas e mecanismos de ação necessário a resistência.

A religiosidade do negro é extremamente ancestral não há cânone ou profetas, não é uma religião revelada, é vivida e tem na natureza o seu maior significado e força, nisso se identificou com os índios. Com a violência da catequese e a filosofia da Santa Sé em que o negro é batizado e “resgatado” para a fé católica é negro salvo para a eternidade, no dizer do Papa Nicolau V, através de sua Bula ROMANUS PONTIFEX, o negro escravizado para sobrevivência de sua Religião, se submete até pacificamente a doutrinação catequética e freqüenta as liturgias da Igreja, aceita a batismo, recebe nome de santos católicos e participa das “Irmandades” das que lhes são permitido participar, bem como das Igrejas que lhes são próprias, tipo São Benedito, Nossa Senhora do Rosário, etc., pois a Igreja utiliza da religião para separar os negros, cristalizando o apartheid, com as Irmandades e Igrejas como instrumento espiritual. Exemplificando as Igrejas só para pretos e só para Pardos e só para Brancos; São Benedito dos Homens Pretos, Nossa Senhora da Conceição dos Homens Pardos, etc.

Por outro lado, na clandestinidade e muitas das vezes em público, os negros escravizados, exibiam seus rituais aos Orixás buscando confundir os mais afoitos ou amalheando a confiança e o beneplácito dos mais moderados, que justificava a ação dizendo que era “brincadeiras dos negros” ou por outro lado por se sentir satisfeito com algum resultado positivo efetuado, pelos ditos feiticeiros e ou rezadores.

Dois grupos culturais se destacaram em Sergipe, na prática religiosa, os Bantus e Sudaneses, dos Bantus às expressões do Toré, associados aos índios e dos sudaneses, o Nagô, de onde resulta a grande expressão do Arquivo Humano de Sergipe, povoando todo o território de Sergipe.

No dizer de Oabiyi Babalola Yai, da Universidade de Ifé - A Religião Negra, o Candomblé, cuja mensagem no Brasil é essencialmente a mesma como na África, significa “Uma religião na qual nem o inferno nem o diabo tem lugar e que não aflige a vida do homem com o pecado original do qual se deve purificar, mas que convida o homem a sobrepujar suas imperfeições graças aos seus esforços, aos esforços da comunidades e aos Orixás”.

Com o rompimento da Coroa com a Santa Sé, ou seja do Estado com a Igreja e suas conseqüentes manifestações na liberação de outras religiões, muitos negros foram cooptados e outros aderiram diversas religiões, talvez em oposição a Igreja Católica, expressando a insatisfação anticlerical, as religiões se multiplicaram no âmbito de Sergipe, notadamente as evangélicas e o negro confusos ou em busca de novas condições, aderiram aos múltiplos credos, exercitando seus livres arbítrios, mesmo percebendo que a religião negra continua sendo sistematicamente massacrada pelos diversos credos, dando continuidade ao esmagamento iniciado pela Igreja Católica que, após o pedido de perdão do Papa, busca aproximação com a Religião Afro, num “ecumenismo” difuso e arrogante, exemplificado a prática da chamada missa “inculturada” ou missa afro, que aceitam o ritual. Continua sendo às religiões, os maiores instrumentos de desagregação racial entre os negros, o ponto de irradiação das discriminações e do racismo, regados do Apartheid, exemplificando a violência da Igreja Universal contra Nossa Senhora Aparecida e a violência do Padre da Igreja Católica, contra uma Senhora, durante o ritual de batismo coletivo, tanto a Santa quanto a Senhora são negras.

Em visita ao Brasil, o Papa em seu discurso evocou os povos indígenas “descendentes dos primeiros habitantes dos primeiros habitantes desta terra (...)”, acentuando que “Eles merecem toda a atenção para que vivam com dignidade esta cultura”.

Em seguida o Papa exprimiu “os mesmos sentimentos à porção afro-brasileiro - numerosa e altamente significativa da população desta terra, estes brasileiros de origem africana merecem, tem direito e podem, com razão, pedir e esperar o máximo respeito aos traços fundamentais de sua cultura a fim de que, com esses traços, continuem a enriquecer a cultura da nação, na qual estão perfeitamente integrados como cidadãos a pleno título”.

No dizer de Abdias Nascimento. O Papa arremata o conceito salientando o único direito que reconhece aos africanos do Brasil: o de continuar enriquecendo a cultura da nação com “traços” da cultura afro brasileira. O mais grave, denuncia ele, o Papa nega a legitimidade de nossa luta por Direitos de Cidadania alegando que já os exercemos “a pleno título”! Desmente assim a principal afirmativa do Movimento Negro, fundamento de nossa ação, já endossada até pelo Presidente da República, e não apenas de traços culturais. E a suprema ironia do incidente é que essas declarações do Papa tenham sido recebidos pela mídia como apoio às reivindicações da população afro brasileira.















A INFLUÊNCIA DO NEGRO NA CULTURA SERGIPANA



SINCRETISMOS:


As manifestações religiosas dos negros, aqui em Sergipe sofreu diversas ações repressivas por parte da Igreja, que não aceitava a prática e como a língua, decidiu também pelo esmagamento e banimento da religião africana, impondo uma total aculturação a massa escrava. As perseguições se multiplicaram e o negro como reação, iniciou a resistência para a sobrevivência religiosa, utilizando os manifestos da própria Igreja, para proteger as manifestações da liturgia africana.

O sincretismo imposto pela Igreja, não foi uma forma de conciliar doutrinas nem permitir a fusão dos cultos religiosos, no sentido, de amparar e preservar as Religiões Africanas, ao contrário, foi imposto para promover o esmagamento das Religiões Africanas e todas o conjunto de valores, estereotipando e “folclorizando”, tornando sem importância, como baixo e inferiores todo o manifesto.

A resistência do negro foi imediata e transformou a Religião, como ponto de irradiação e resistência das culturas negras, transferidas da África para Sergipe com a escravidão e para sobreviver, associou, todos os signos públicos, aos signos do dominador, utilizou os espaços e as manifestações dominantes para o exercício de sua liturgia e manifestações.

Orixás africanos, externamente passaram a ser identificados com os Santos da Igreja e lá recebiam as homenagens. Os Cantos Sacros por conveniência, em ritos públicos foram adaptados para identificar, os Santos Católicos, e nisso foi atenuado a perseguição até que a estratégica foi descoberta, mais mesmo assim, a Religião sobreviveu a todos os embates da Igreja e do dominador. Neste sentido, os negros escravizados passou a vida inteira praticando externamente a religião cristã e não absorveram a sua essência, demonstrando assim a rota de colisão e o grau de resistência, incorporaram os Santos da religião dominante, mas os cultos e ritos eram dirigidos aos seus Orixás, assim denominados em correlação Sincrética.

Anjo Rebelde Exu, Xibá
Almas Egum, Pretos Velhos
Deus Olorum, Zambi
Espírito Santo Oxalá, Oxaladicajá
Jesus Cristo Oxaguiã
N. Sra. da Conceição Oxum, Janaina, Iyemanjá
N. Sra. do Carmo Oxum, Janaina
Santa Bárbara Iyansã, Obá
Santa Joana D’Arc Iyansã, Oiyá
Santa Luzia Iyansã, Ossaim
Santíssimo Sacramento Orumilá
Santo Antônio Ogum
Santo Onofre Tempo
São Bartolomeu Oxumaré, Angorô
São Benedito Preto Velho
São Bento Besem
São Caetano Martim D’Angola
São Cipriano Ogum de Ronda
São Cosme e Damião Mbaça, Eres, Ibejadas
São Expedito Logum Edé
São Francisco Obaluaiyê, Aburagá
São Gabriel Ogodô
São Jerônimo Xangô
São João Xangô Menino
São Jorge Oxosse, Bará diguidú
São José Xangô ganjú
São Judas Tadeu Xangô Dolê
São Lázaro Omolu, Xapanã
São Miguel Ogum de Ronda, Xoroké
São Paulo Xangô
São Roque Obaluaiyê
São Sebastião Oxosse
Senhor do Bomfim Oxalá
Bom Jesus dos Navegantes Ogum Marinho
Senhora Santana Nanã

Na criação de mecanismo para preservar as tradições e valores culturais, seus signos e símbolos o negro escravizado em Sergipe, desenvolveu uma relação aberta ao acolhimento do estranho, do que vinha de fora e do que não era deles, mas possuíam em seu passado, como em nosso presente, a capacidade de acolher e reformar, de receber e transformar, de aceitar e reajustar à nossa verdadeira realidade. Esta sem dúvida, o caráter e filosofia antes a situação do aculturamento gerado pelo sincretismo.

O Sincretismo foi tão variado quando as diferentes formas de pressões exercidas pela dominação. O negro, no fundo buscou mecanismos para reorganizar, através da religião condicionada pelas circunstâncias do meio e da época, seus costumes e valores, revivia, como nova expressão sua cultura secularmente ameaçada.

Dentro das diversas vertentes religiosas oriundas das matrizes culturais, dentre as sobreviventes, destacam-se: o manifesto Nagô-Angola, Toré e Keto, como Nações dos grupos Bantus e Sudaneses. A umbanda se manifesta como assimilação brasileira com referendo do Espiritismo Kadercista, é um ramo híbrido da religião Orixá, o Toré é uma associação com a religião indígena numa aproximação da nação Angola da Cultura Banto, o Nagô aqui em Sergipe é uma associação do culto das almas dos Pretos Velhos, ou seja a ancestralidade Sergipana e Brasileira em correlação com o Gêge-Nagô e Keto da Cultura Sudanesa.

O quadro demonstrativo da Religião Orixá, ou seja, da Religião Afro e suas Vertentes, assim se define em primeiro plano, na visão Cosmológica, o Panteão Africano. Orixás e suas características e associações em Sergipe.

Egum - Exu - Ogum - Ossaim - Iyansã - Oxum Logum - Obá - Xangô - Oxum Maré - Ewá - Obaluaiyê - Iyemanjá - Nanã - Iybegi - Oxalá.

EGUM - alma dos mortos, ancestrais iluminados ou não . Os
iluminados ascendentes a incorporações com direito,
e cultos.

EXU - Orixá responsável pela intermediação entre os Deuses e
homem, mensageiro, dono das encruzilhadas, onde habita e tem
característica fálicas, é o primeiro a servido entre os Orixás,
detém com Oxum o poder da adivinhação dado por Iyfá. Não
carrega nada na cabeça, pois é possuidor do ekodidê.

OGUM - Deus da Guerra, dos ferros e da agricultura. É o
ferreiro do universo, protetor da agricultura e dos ferreiros,
mora no mato com sua forja, é o dono dos caminhos e está em
estreita relação com Exu, seu irmão.

OXOSSE - Deus dono da caça e protetor das comunidades,
mora nas matas onde protege caça e caçador.

OSSAIN - Deus dono e protetor das folhas, defensor da saúde
e detentor do conhecimento das ervas medicinais. E protetor da
farmacopéia a que detém o segredo da cura.
IYANSÃ - Deusa dos rios, raios, poderosa senhora do Níger e
uma das esposas de Xangô, Rainha da Cidade de Balé,
tempestades, raios e ventos.

OXUM - Deusa do ouro e da faceirice, protetora de fertilidade,
uma das mulheres de Xangô. Rainha das águas claras, riachos e
rios e águas doce.

LOGUM - Deus dos navegantes, sua característica é o Pai e a
Mãe, seis meses é caçador e seis meses é ninfa. Ora Oxosse,
ora Oxum, de quem é filho.

OBÁ - Deusa do Rio Obá, uma das mulheres de Xangô. É
também conhecida como Iyansã Tutu (de uma só orelha), e
transporta os focos luminosos dos astros para a terra. É a
protetora da estrela Papa Ceia.

XANGÔ - Deus da Justiça, senhor do fogo e do raio. Rei
Mítico e Oiyó.

OXUN MARÊ - Senhor do arco-íris, responsável pela
comunicação entre as duas esferas, superior e inferior do
cosmo, transporta as águas da terra para o céu através do Arco
Ires. O Senhor do multicolorido Arco Celestial, é também a
Serpente, telúrica. Por sua causa os adeptos da religião não
podem matar cobras. Assume o papel masculino, ora feminino.

EWÁ - Deusa do Rio Ewá e da Lagoa do mesmo nome na
Nigéria, guerreira e muito bela, é gêmea de Nanã por ser criado
da natureza. É a cobra Fêmea de Oxum Maré.

OBALUAIYÊ - Orixá mais temido e respeitado e o mais
popular, mostra-se tão temido que ao pronunciar seu nome,
Omolu, como é preferido chamar Obaluaiye, deve se tocar o
chão com as pontas dos dedos em sinal de referência. Senhor
das doenças endêmicas, peste, bexiga, catapora, lepra e a
varíola em particular. Ele tanto as pode produzir quanto curá-
las. Tem domínio no cemitério.

IROKO - Deus da pobreza, Orixá fitmórfico, é de rua formando
a trindade com exu e Ogum, seu elemento é a gameleira branca,
o pé de loco, Baobá e a Jaqueira, é associado a tempo.

NANÃ - Senhora da vida e da morte, Deusa Provecta a mais
velha de todas as águas, seu traço característico é a
sensibilidade, habita os lagos, pantanosos. O barro, a lama
primordial que moldou o mundo é o seu elemento.

IEMANJÁ - Magna Mater Africana, é a senhora dos mares,
Ninfa majestosa que ao lado de Oxalá assume o mais alto posto
da Hierarquia divina do Panteão Africano. Mãe dos Seios
Lacrimosos.

IYBEGI - Deuses gêmeos protetores das crianças e das
famílias. Deuses infantis, se caracterizam também como o
médico dos pobres e das pobres crianças.

OXALÁ - Deus da misericórdia, seu atributo é a natureza,
patrono da fecundidade, procriação, senhor das águas doces,
das de uso purificador.

Ressaltamos que o Orixá Gêge. Exu, Oxumaré, o Iobaluayê, Nanã, com o concurso de Iyemanjá, completa a unidade Nagô e estão presentes em todos os ramos da Religião Africana, ou seja a Religião Orixá, seja o Nagô de Orixá, Preto velho que é o único no Brasil, aqui em Sergipe e se confunde com o Egungun da Bahia, o Xambá de Pernambuco, o Tambor de Minas do Maranhão, o Jongo do Rio de Janeiro.

A associação de Orixás e Entidades, ambos ancestrais, iluminados pelas ações positivas e sobretudo pelas suas passagens entre nós, determinando manifestos vivenciados em ação coletiva, destacam-se em Sergipe:

Miquerina Herculano Mestre Carlos Vovô Chica
Pai João de Angola Tainha Tio Joaquim Tio João
T’Oxó Pai Benedito Pai José Vovô Tomázio
Vovó Cambinda Tia Veia Tia Cigana Vó Benedita, etc.




Os Voduns:

Bará de Guidi Bará Nanã Ogum Iyansã
Louco Batalha Aburagá Oiyá Sereia
Oxumaré Obakossô Iyemanjá Cosme Obaluaiyê, etc

Os Inkices e Caboclos associados ao Toré e a Nação Angola, aqui em Sergipe, associados:

Cassuté Sete Estrela Boiadeiro Rei do Congo
Juremeiro Pedra Negra Lage Grande Rei Guarani
Sete Flexa Sultão das Matas Avani Pena Branca
Pena Verde Tupinambá Rompe Mato Eirú
Capangueiro Angorô Tempo Lemba
Roxumucumbe Danburucema Zaze Dandalunga
Catendê Gongombira etc.

O Manifesto da Umbanda entre nós, se nos apresenta como africanista, associando elementos do espiritismo Kardecista e Orixás africanos, além dos Orixás vale ressaltar a atuação com entidades ancestrais Negras e Indígenas.

Pomba Gira Maria Padilha Cigana Maria Mulambo
Maria Quitéria Pai Joaquim de Angola Zé Pilintra Vira Mundo

É de sua responsabilidade a introdução de Exus feminino inexistente no Candomblé. Rirualizada ou Africanistas, predomina a influência do rito africano, caracterizando pelos cânticos em língua brasileira, com ritos e hierarquia específicas.













A INFLUÊNCIA DO NEGRO NA CULTURA SERGIPANA



ARQUIVO HUMANO:


“O Negro é o verdadeiro elemento criador do País e quase
o único”

João Ribeiro.







O Arquivo Humano Afro Sergipano, se nos apresenta de conformidade a estrutura e o sistema de valores em voga. Muitos componentes deste contingente, foram cooptados pela cultura oficial e embranquecidos, como no caso de Horácio Hora, Tobias Barreto.

Evidentemente que a cultura oficial, nada sabe ou quer saber da cultura negra, neste Sergipe paralelo e por conta disso, os negros que se destacam em áreas consideradas de elites, são automaticamente branqueados e cooptados para a cultura dominante a branca. Resta-nos assinalar os negros que em diversas áreas da cultura não elitista, produziram ações positivas de referências e modelo para comunidade.

Em todas as áreas do conhecimento os negros sergipanos tem se destacados, principalmente nas artes e na cultura em geral, sobretudo na Religião, onde se referenda o memorial:

Eliza de Ayrá Nanã Maná Deui Umbelina
Zabégorda Zabé da Aldeia Antônia Braça Forte
Enedina de Riachuelo Maria dos Caianos Maria Paulina
Adelaide Didí do Paraíso Mãezinha
T’Inácia T’A Joaquina T’Aketê
T ‘Arta Kelebé Lucinda
T’Kalu Sá Chica Caindinha
Dunga Alira de Oiya Bebé
Guiomar de Ogum Maria Palage Maria da Hora
Maria José das Areias Maria Bata Curta Honorina
Madir Espada Velha Berta
Vitória Santaninha

Alexandre Miudo Zé Cabecinha
Pedrinho de Avaní Sula de Aburagá Zequinha do Pará
Cassiano Manezinho Baiano Manezinho Boiadeiro
Manezinho Sandaió Caoianga Chico Tojal da Tebaida
Oséas das Cabeludas Ninito Otávio do Capim de Birro
João Rafael Júlio Missão Jubiabá
Fetrino Bocage Zé Sapucari Zé Cadunga
Zenão Cessário Mané Esperança
Daniel Manuca Herculano
Zé Firmino Pedro Tamanquinho Jovino das Cabeludas
Lancha Enfermeiro Alcides Marcionilo
Pedro do Calumbí Sula de Aburagá Zé Ducena

Na Resistência armada.

João Mulungu Manoel Jurema Galdino
Conceição Cornélio Maximiano
Alexandra Laureano Jacinto
Victório Cupertino José Maroim
Leomilho Horácio José Quisanga
Benedito Luiz Barnabé
Belmira Francisca Thomásia
Lusia do Jurema Joaquim Simphoracia
Vicencia, etc.















A INFLUÊNCIA DO NEGRO NA CULTURA SERGIPANA



PATRIMÔNIO CULTURAL:


Dentro do signo da dominação, ao negro nada é devido e toda sua manifestação e conjunto de valores, nada há de significar como referendo, nada digno de registro, não só pela sua condição de excluídos, mas sobretudo para ouvidar sua influência e ações dentro do espaço de poder dominante.

Se o negro foi as mãos e os pés dos dominadores, na construção de Estado, gerando todo manifesto econômico, ocupando os espaços neste míster, provocando mudanças através do seu comportamento, individual e coletivo. Recriando cultural e povoando todo território, além de reagir produzindo diversos episódios e construindo todo memorial patrimonial, justo seria que também demarcasse áreas de edificação do seu memorial, mesmo que a cultura dominante não reconheça de pronto, desmerecendo o valor e importância destes, ou atribuindo-os a ela, é inegável a sua existência e importância.

Dentro da nova conceituação, constitui patrimônio cultural brasileiro os bens de natureza material e imaterial, é tombado individualmente ou em conjunto, portadores de referência à identidade, à ação, à memória dos diferentes grupos formados da sociedade brasileira nas quais se incluem: as formas de expressão; os modos de criar; fazer e viver as criações científicas; as obras, objetivos, documentos, edificações e demais espaços destinados as manifestações artísticas culturais; os conjuntos urbanos e sítios de valor histórico, paisagístico, artístico, arqueológico, paleontológico, ecológico e científico.

Evidencia ainda e mais cristalinamente, os interesses da elite dominante, principalmente os ligados a Igreja que até hoje é referência de poder no Brasil e em particular Sergipe. Enquanto a herança cultural, histórica e artística do negro sergipano é descaracterizada e classificada como baixa e inferior e portanto alijada, a Igreja cristaliza a amplitude do seu acervo em todos os níveis, contando com a benevolência e contemplação do Estado através dos seus agentes que preservam, mantém e ampliam seu patrimônio e ao negro, não observa-se a mesma perspectiva de resgate e preservação. Acreditamos que isso seria o reconhecimento de importância do negro coisa que o poder não tem interesse de fazer, no dizer de Antônio Ribeiro Soutelo, “nas maiorias das vezes escolhido dentro da visão bem pessoal, de forma aleatória, e que há uma posição ideológica de se considerar importante, apenas os bens de referências de cultura ligados a elite brasileira - aqueles bens e referências das classes subalternas da sociedade, negando-lhes qualquer importância”.

Dentro da argumentação, demonstra-se claramente a discriminação racista e criminosa quando se relega as questões patrimoniais do negro a esfera marginal do silêncio, esmagando sistematicamente a relação da memória cultural. Luiz Antônio Barreto, usando seu poder de referência, criou o Museu Afro-Brasileiro de Sergipe, constituindo na primeira experiência oficial de preservação de acervo não ligado ao universo da elite cultural dominante. Isso reflete uma ação isolada, ao sabor do interesse pessoal desta ou daquela autoridade e a comunidade negra não pode está a mercê de ações isoladas, de se proteger através de referendum regulador.

In um Novo Entendimento do Folclore, Luiz Antônio Barreto, chama a atenção para contribuição do negro, assinalando que “depois de adoçar a língua portuguesa, o negro deixou marcas de sua presença batizando riachos, lagoas, rios, serras, arraiás e vilas, indicando com sua língua a geografia da sua presença em Sergipe. Trata-se evidentemente da Toponímia Afro Sergipana, assunto de nosso interesse, principalmente por se tratar do referencial dos sítios de valor histórico, paisagísticos, ecológicos e arqueológicos ligados ao negro em Sergipe.

Angico Arara Cacimba Cachimbo
Congungi Cassunguê Munbuca Dangra
Forras Mucambo Zumbi Cabeça de Negro
Crioulas Campo do Crioulo Quilombo Poço da Mulata
Quilombolas Maria Preta Negro Rio dos Negros
Congo Samba Timbó Angola
Cafuz Bongue Cafubá Quintalé
Zanguê Matêbe Capunga Quinjibe
Massombo Quintongá Cambazé Mutombo
Matamba Curuzá










DEMONSTRATIVO PRELIMINAR DA TOPONÍMIA AFRO SERGIPANA


ARACAJU

Aroeira Gameleira Goré -------------------------

ARAUÁ

Cansanção Contendas Caborges Lagoa Preta
Palmeiras Salobrinho Mozambo Cramutengo
Muleta Palmeiras Palmeirinhas -------------------------

AREIA BRANCA

----------------------- ----------------------- ----------------------- -----------------------

AMPARO DO SÃO FRANCISCO

Furnas Gamela Jurema Lagoa da Caatinga
Lagoa do Congo Mulungu Pilão Queimadas
Timbauba Vaca Preta ------------------------ -----------------------

AQUIDABÃ

Calembe Crioulo Floresta ------------------------

BARRA DOS COQUEIROS

Ilha das Crioulas Mozambo ------------------------ -----------------------

BOQUIM

Burunga Caborge Cajazeira Carro Quebrado
Fundunga Gameleira Garangau ------------------------


BREJO GRANDE

Brejão Brejo Grande Capoeira Coité
Ilha do Crioulo Lagoa das Aningas Mandins Mulata
Mutuca Palmeira Pandalunga Parúna
Sabacu Saramen Pau da Gameleira -----------------------

CAMPO DO BRITO

Floresta Quixaba Lombo João Congo
Lombo do Nicolau Rio Preto Juá Mocó
Lombá Pilâmbe Aroeira Cajazeira

CANHOBA

Manjolos Mocambo ----------------------- ------------------------

CANINDÉ DO SÃO FRANCISCO

------------------------ ------------------------ ------------------------ ------------------------

CAPELA

Aningas Bamba Brejo Cafubá
Camboatá Cangaleixo Caninane Coité
Cruz do Congo Cumbuco Cuminho Curralinho
Cutia Gameleira Junco Macaco
Sapé Retiro Sapucaia Sambaiba
Sobrado Suarana Sucupira Tapera

CARIRA

Zedem Camará Cansanção Catendê
Contendas Enxú Fortuna Gameleira
Itapicuru Lagoa da Jurema Itapicuru Macacos
Mocós Pau Preto Queimadas de Baixo ------------------------

CARMOPÓLIS

Cagado Floresta Mocambo Palmeira
Panelas ------------------------ ------------------------ ------------------------

CEDRO DE SÃO JOÃO

Batinga Brejinho Coité Urumbéla
CRISTINAPÓLIS

Brejo Urubú Cangalha Palmeira
Pendanga Gameleira Zabelê Zumbi

CUMBE

Aroeira Bravo Urubú Camará Coité
Coração do Negro Curralinho Mulungu Sucupira
Xexéu ------------------------ ------------------------ -----------------------

DIVINA PASTORA

Cassangê Fortuna Quidonga Salobro
Sapé ------------------------- ------------------------- -------------------------

ESTÂNCIA

Bongolo Biriba Cassanguê Sambaiba
Sapucaia Brejo Curanha Mato Queimado
Canga Cangurê Ilha do Marimbondo Junco
Timbó Tapera de Baixo Mata Negra Curunha
Muluculandunga Mocambo Gameleira Candieiras

FEIRA NOVA

Caborge Cachimbo Cágado Cajarana
Curral Novo Itapicurú Lagoa do Junco -----------------------

FREI PAULO

Cágado Cambraganza Capoeira Grande Catuabo
Coité Coito Curralzinho Mocambo
Moreira Mulungú Mumbuca Queimadas
Rio do Brejo Serra Preta Taboca Urubú

GARARÚ

Angico Aroeira Camara Cangaleixo
Floresta Laginhas Macaca Maribondo
Mulatão Mulungu Mocambo -----------------------
GENERAL MAYNARD

Palmeiras Portumunju Salobro Senzala

GRACHO CARDOSO

Fortuna Mucuin Queimadinha Umbuzeiro

ILHA DAS FLORES

Aroeira Aroeirinha de Baixo Bongue Cruz do Negro
Palmeiras ------------------------ ------------------------ -------------------

INDIAROBA

Cauanga Cururu Lagoa do Junco Mocambo
Palmeira Pedra Preta Quingigue Sucuraiu
Tapera Tanderê Traipú Urubu
Sucupira Tapera Mocambo Palmeira
Preguiça Lagoa do Junco Municoe ------------------------

ITABAIANA

Barro Preto Bastião Caatinga Açude
Açude Velho Barrocão Cajazeira Canção
Canário Cajaiba Candial Boqueirão
Cachoeira Calumbi Cansanção Congo
Caraíbas Carqueja Carrapatos Carrilho
Corisco Dendezeiro Dunga Estreito
Fazenda Grande Gameleira Gandú Gravatá
Igreja Velha João de Barro Junco Lagamar
Lagoa da Caatinga Lagoa do Forno Lagoa da Gama Lagoa do Libano
Limoeiro Mãe Conga Capiunga Mandema
Marcela Margarida Marienga Maribondo
Mata da Rapoza Matapoã Mocó Moita Formosa
Moreira Mendes Muricí Citeiros
Pau de Mel Pé de Serra Pé do Veado Olhos d’Água
Micó Rio das Pedras Roncador Saco das Pedras
Sambaiba Siebra Telha Terra Dura
Tapera Tiririca Terra Vermelha Várzea da Cancela
Zanguê Urubú Tigolo Várzea do Gama
Quinzongo ------------------------ ------------------------- ------------------------

ITABAIANINHA

Água Boa Água Nova Alagoas Aldeia
Alívio Alto da Cruz Alto do Pires Alto do Tanque
Alto do Urubú Angelin Baixa do Coxo Baixa Fria
Barrancas Barreiros Barro Preto Barro Vermelho
Boa Sorte Boa Vista Boca do Mato Brejo
Bulandeiro Caboje Cajá Caldeirão
Camaçari Calembi Camboatá Campo da Serra
Cantinho de Burro Cantinho da Serra Diamante Dispensa
Engenho Novo Estiva Fazenda Velha Flor da Roda
Fonte Grande Fundão Gamaleira Gato
Glória Gonçalo Alves Ilha Macaquinho
Mamão Mucambo Mumbacinha Muquem
Mutuca Salobro Sapé Taboca
Pilões Quebra Queimadas Queimadinha

ITABÍ

Camará Floresta Brota da Queimada Muquem
Negras Quebra Sossego Canudos
Santo Antônio ------------------------ ------------------------ ------------------------

ITAPORANGA D’AJUDA

Brejo Grande Camuculé Chinduba Dengue
Jurema Mandacaru Marambaia Morena
Nó Cego Taboca Tapera ------------------------

JAPARATUBA

Batinga Biriba Breho Grande Camará
Cambuí Mulutas Palmeira Pedra Preta
Sapucaia Tapera Timbó -----------------------

JAPOATÃ

Aroeira Brejo do Arroz Brejo do Cajueiro Carvão
Coitê Gameleira Mambuca Mandé
Palmeira Pilão Pilões Jabelé

LAGARTO

Brejo de Baixo Campo da Crioula Várzea dos Cágados Sobrado
Riacho do Moleque Senzala Velha Serra Bamba Serra Preta
Tapera do Nico Aroeira Brejinho Ereu
Lomba Massapé Bamba Brejo
Floresta Macaco Peitinha Curralinho
Cambui Junco Macuna Quebra
Qui Angola do Cachorro Barro Vermelho Mato Preto
Pé de Serra do Qui Tapera dos Modestos Currais Gameleiro
Quilombo Quipé Seco da Palma Matebe
Sapudaia Urubutinga Várzea do Sobrado ----------------

LARANJEIRAS

Aroeira Bacalhau Brejo Burburum
Camaratuba Sapucarí Cangaleixo Coté
Flor da Roda Gameleira Gamboa Grande Pindoba
Jaco Junco Mulungu Mussuca
Pilar Quintalé Porto do Gramuru Carapeba

MACAMBIRA

Junco Mulungu Barro Preto Caatinga Redonda
Tapera da Macambira Tapera do Gaspar Tauá Itapicuru
Pé de Serra do Tauá Sapucaia

MALHADA DOS BOIS

Caboré Cipó Itapicuru Coité

MALHADOR

Palmeira Congoada Mutucá Coité
Tingui Dangra Jacoca Itapicuru
Jacu Cota Pinga Brejo do Bento
Quinzungo ------------------------ --------------------- -----------------------


MARUIM

Caititu Mata do Cabau Braviu Floresta
Sambambaia Capoeira ----------------------- ----------------------

MONTE ALEGRE

Curralinho Jurema Lagoa do Araça Lagoa do Curral
Lagoa do Mato Pau Preto Palmeira Queimadas
Uruçu Xorem ---------------------- ---------------------

MOITA BONITA

Brejo Cabaceiro Capunga Lagoa da Capunga
Mundurão Pai Mandu Quebrada Quilombo
Serra de Itapicuru ----------------------- ---------------------- ------------------------

MURIBECA

Batinga Biribeira Brejo Covão
Feiticeira Itapicuru Palmar Queimada Nova
Várzea da Tapera ---------------------- ---------------------- ----------------------

NEOPÓLIS

Betume Brejinho Brejo dos Bonges Brejo do Veiga
Brejo Velho Cacimba Flor do Brejo Ilha da Gameleira
Malambar Mangá Mussuipe Poeira Preta
Tapera ---------------------- ------------------------ -----------------------

NOSSA SENHORA DA APARECIDA

Caenda Curralinho ---------------------- -----------------------

NOSSA SENHORA DA GLÓRIA

Angico Aroeira Barra do Junco Batatal
Cumbuqueira Cipó Cumbuqueira Curralinho
Enxú Floresta Fortuna Furnas
Junco Mandacaru Marimbondo Mocambo
Olhos D’Água Panelas Queimada da Onça Retiro
NOSSA SENHORA DAS DORES

Bravo Urubu Catulé Coração de Negro Dandá
Danjí Floresta Gameleira Itapicurú
Mendes Mocambo Pau Preto Quilombo
Quixaba Sucupira ------------------------ ----------------------


NOSSA SENHORA DE LOURDES

Brejo D’Areia Catingueira Coité Enxuí

NOSSA SENHORA DO SOCORRO

Aroeira Brejinho Caatinga Floresta
Merén Moleque Tapera ----------------------

PACATUBA

Gameleira de Cima Timbó Brejão da Itioca Junça
Congonbléia Gameleiro Serra Negra Dendô
Cambazé ------------------------ ---------------------- -----------------------

PEDRA MOLE

Queimadas ----------------------- ------------------------ -----------------------

PEDRINHAS

Mutumbó ----------------------- ------------------------ -----------------------

PINHÃO

Aloques Floresta Lagoa Escura Macacos
Palmazeiro ----------------------- ----------------------- -----------------------

PIRAMBÚ

Marimbondo Dendê Várzea do Junco -----------------------
POÇO REDONDO

Baixa do Cágado Barraca dos Negros Brejinho Cachimbeiros
Cacimba Velha Camará Canungú Caruru
Enxú Floresta Lagoa dos Gameleiros Lagoa Queimada
Mandassaia Mandis Morro Preto Queimada Grande
Quiribas Zabelê Serra Negra -----------------------

POÇO VERDE

Queimada Grande Urubú Grande Mocambo Tapera
Tocas Queimada Cumprida Urubuzinho Mocó
Congosi ---------------------- ---------------------- -----------------------

PORTO DA FOLHA

Baixa da Quixabeira Baixa do Urucurizeiro Catuná de Baixo Malhada do Mocó
Marias Pretas Lagoa do Enxú Lagoa do Urubú Timbauba dos Barros
Cacarengo Curralzinho Floresta Fortuna
Curutuba Jurema Míngu Queimadas
Camará Dandú Gitó Jaciota
Mulungu Quiribas Catuné Guigós
Junco do Chele Jureminha Pilões Alto do Mulungu
Poço Quiribas Brigéla Riacho do Mocambo Pau Preto
Brocotó Mocambo ----------------------- ----------------------

PROPRIÁ

Fortuna Aroeira Pedra do Cágado Baixa do Cágado
Angico ---------------------- ---------------------- ----------------------

RIACHÃO DO DANTAS

Barro Preto Curralinho Forras Palmares
Areias de Dudu Cana Brava Cumbe Macota
Breho Grande Brejo Candinga Forras
Mutuca Salobro Cambuí Cipozinho
Gameleira Palmeiras Zomba Cambuí
Coité Roça de Dentro Caborge Curral de Cima
Listula Queimadas Deiro Carupemba
Floresta Mutuquinha Tranqueiras Forras
Cipó Pedra Preta Samba Velha Cochina
Lagoa da Cana Preta Tapera do Mazomba -----------------------

RIACHUELO

Angico Carregora Gameleira Salobro

RIBEIROPÓLIS

Caendas Coité dos Borges Maria Preta Serra Preta
Batinga Mocambo Pilões Tambeco
Catende Curralinho Mulungu Poço Preto
Barro Preto Várzea do Enxú Queimadas Cambimbibo
Brejo ---------------------- ----------------------- ----------------------

ROSÁRIO DO CATETE

Cumbe Quizanga Jurema Cipó
Serra Negra Várzea Grande ---------------------- -----------------------

SANTO AMARO DAS BROTAS

Curral do Meio Sapé Coité Lombada Barreiras
Moquém Uruba Palmar Saracurinha
Curralinho Palmeirim Mocambo Saracura

SÃO CRISTOVÃO

Caieiras Quendera Canga Cumbe
Aningas Cananga Cipó Itapicuru
Cabaço Conga Podre Costa Oco do Pau
Chamego Curralinho Quindonga Camboatá
Chica Gebe-Gebe --------------------- ----------------------

SÃO DOMINGOS

Capoeira Grande Cutia Mandacaru Coité
Tapera Mulungu de Baixo Lomba -----------------------

SALGADO

Brejinho Achã de Maria Samba Palmeiras Quebradas
Arauri Mungangas Subricu Cachimbu
Tombo Camboatá Gameleira Rocoló
SANTA LUZIA DO ITANHY

Macaco Sapucaia Mocambo Palmeiras
Riacho Preto Cambuí Muquem Rua da Palha
Tapera Mucumbe Retiro Gameleira
Tororó Retiro de Cima Mandú ----------------------

SANTA ROSA DE LIMA

Babú Chumbrega Mocó Pau do Coxo
Rio Escuro Xerém --------------------- ---------------------

SÃO FRANCISCO

Batinga Curralinho Brejo Lagoa da Mata
Brejo do Cajueiro Mulungu Coité Quilombo

SÃO MIGUEL DO ALEIXO

Lagoa Negra Lagoa da Timbauba Mata da Panela Caonda
Várzea do Enxú Cassusu Malhada dos Negros ----------------------

SIMÃO DIAS

Curral dos Bois Cova Negra Mulungu Rio Negro
Curral Novo Mulunguzinho Floresta Quingipe
Gameleira Riacho das Cabeças Alecrin Caramidó
Guiguio Quilombo Aloque Cumbe
Mulungu do Jacaré Salobro Cachimbo Aroeira
Muriango Curral dos Bois

SIRIRI

Mata do Cipó Brejo Mocambo Timbaúba

TELHA

Gruta da Negra Saco da Mucambeira ------------------- --------------------



TOBIAS BARRETO

Barriga Cacuruto Casco de Cágado Curral Novo
Mocambo Salobro Zumbi Congugui
Catamba Lagoa do Junco Mucambo de Fratas Sambaibeiras
Barreiras Cipó Mocota Mocó
Sururu Barrigudas Cabocó Maria Preta
Pilão Açu Taperinha Curral do Meio Queimada Grande
Batateiras Pilão Assú Catamba Mocoió
Salobro Zuêta Brejo Cabocó
Macaco Mundé Quibe Candanga
Congu Macotas Palonho Tingui
Pau Preto de Sagui Ponta da Catunga Tapera de Baixo Pilões
Quitoco Trapitá -------------------- --------------------

TOMAR DO GERÚ

Alecrin Pedra Preta Baiá Sapucaia
Barro Preto Capoeira Cachimbeiro Curralinho
Urubú Beijinho Manguinho Zumbi
Caatinga Carvão Negrinha Cambuí
Curral Novo Timbaúba --------------- --------------

UMBAÚBA

Brejinho Salobro Sapucaia Tauá
Macaco Palmeira Macaquinho Queimada Grande


Ressaltando os esforços da Cultura Afro Sergipana, o Estado em níveis municipais, e estadual e federal, no âmbito do plano oficial a construção de uma linha básica Ação Afirmativa no Governo de Sergipe em busca de Ações Compensatórias para visibilidade da memória afro negro sergipana em criações de macanismo para atuação das Entidades Negras e do referendum afro sergipano, seu conhecimento, identificação, mapeamento, revisão, revitalização e difusão, para que o negro seja o pano, conheça o Sergipe Negro e estruturado em suas tradições, histórica e cultural.
Vale citar:

- O Tombamento do Terreiro Filhos de Obá
- O Reconhecimento de João Mulungu, com o Herói Negro Sergipano.
- O Tombamento do Mocambo - área Remanescente dos Antigos Quilombos.
- O Protocolo de Tombamento dos Povoados FORRAS e PALMARES, como área histórica dos Antigos Quilombos.
- O Reconhecimento do Estado, da existência e prática do Racismo em Sergipe.

Independente de ações protocolares ou outros tipos de instrumentos do poder ao reconhecimento dos nossos signos e valores patrimoniais. O Patrimônio afro sergipano existe, é uma realidade concreta e palpável, seja na ordem material ou imaterial, aí ele está, assinalando os estereótipos contra o coletivo afro negro sergipano há séculos silenciado e excluídos. Aí ele está, na:

Toponímia Arquivo Humano Tradições
Religião Uso e Costumes Artes, dança, música, literatura
Folguedos, etc.

Pouco importa o quantitativo “oficializado”, promovido por este ou aquele período ou autoridade a reconhece-lo. O importante é que em todas as áreas do território sergipano, o Patrimônio Histórico Artístico e Cultural do Negro Sergipano, esteja vivo, evidenciando uma Insurreição, Um Mocambo, Um Quilombo, Uma Resistência, Uma Violência praticada contra o negro, Uma Dança, Um Canto, Uma Liturgia e cerimônia afro, Um símbolo, Um Signo da Presença do Negro desde os tempos imemoriais, apontando o obscurantismo da elite cultural e dominadora que jamais deletará a:

Nossa Forma de Expressão
Nosso Modo de Criar
Nosso Modo de Fazer e Viver
Nossas Criações Artísticas, Tecnológicas e Científicas.

Nem jamais olvidará só nossos sítios históricos, arqueológicos, ecológicos, paisagísticos, base natural de nossa resistência, força vital de nossas tradições.

Larôiyê Iyangui.



A INFLUÊNCIA DO NEGRO NA CULTURA SERGIPANA



TRADIÇÕES:


O conjunto organizado de manifestações, valores e idéias, transmitidas de geração em geração, opondo-se ao desraizamento de sua matriz cultural. Os negros trazidos como escravos para Sergipe, dos diversos locais do continente africano, manteve, recriaram, readaptaram e reinterpretaram as suas tradições culturais através de transposições, empréstimos e reempréstimos, todas as formas de expressões e memórias, preservando as culturas africanas em Sergipe, numa ação de resistência e sobrevivência da cultura ancestral.

As raízes tradicionais afro sergipana, sobreviveu e se ampliou aos encontros de culturas, absorvendo para si manifestos, já descaracterizados pela sua influência, assumindo as características, determinando as especificadas em suas áreas culturais, como reação as ações, repressivas e oposições ao processo de aculturação imposto pelos dominadores e os manifestos estigmatizantes difundidos pela Igreja.

A diversidade se exemplifica pelo ritmo, linguagem expressões do modo de agir e reagir, no fazer e ser dos componentes dos grupos detentores do manifesto, impondo e ou sofrendo influência das ações, e nisso concorre as condições fisiográficas do local ou da área, neste sentido vamos verificar em Sergipe com os específicos fatores preponderantes, assinalados:

- Tipos antropológicos dominantes
- Aspectos sociais
- Condições psicológicas da população
- Técnica de subsistência
- Ocupação humana

Tendo no espaço geográfico, continuo ou não, os negros apresentam condições semelhantes de cultura pela identificação de valores. Sendo portanto uma extensão geográfica onde há características próprias da cultura negra. Dentro da técnica de subsistência, vamos encontrar as áreas:
- Pesca
- Agrícola
- Pastoril

Na expressão da localização e divisão geográfica, vamos identificar diversas Zonas Culturais, com elementos distintos e definidos obedecendo a dinâmica motivada pelas mudanças sociais e econômicas:

- ZONA DO LITORAL - representada por 21 municípios:

Aracaju São Cristovão Arauá Barra dos Coqueiros
Brejo Grande Boquim Cristinapólis Estância
Ilha das Flores Indiaroba Itaporanga Japaratuba
Japoatã N. Sra. do Socorro Santa Luzia do Itanhy Pedrinhas
Pirambu Salgado Santo Amaro das Brotas Umbaúba
Pacatuba ---------- ---------- ----------


- ZONA DO SERTÃO de SÃO FRANCISCO - representada por 09 municípios:

Aquidabã Canhoba Canindé do São Francisco Gararú
Gracho Cardoso Itabí N. Sra. de Lourdes Poço Redondo
Porto da Folha ---------- ---------- ----------

- ZONA DO BAIXO SÃO FRANCISCO - representada por 07 municípios:

Telha Cedro de São João Neopólis Santana do São Francisco
Propriá São Francisco Telha Amaparo do São Francisco

- ZONA CENTRAL - representada por 16 municípios:

Areia Branca Capela Carmopólis Divina Pastora
General Maynard Itabaiana Laranjeiras Malhador
Maruim Moita Bonita Muribeca Riachuelo
Rosário do Catete Santa Rosa de Lima Siriri ----------

- ZONA SERTANEJA (OESTE) representada por 22 municípios:

Campo do Brito Carira Cruz das Graças Cumbe
Feira Nova Frei Paulo Itabaianinha Lagarto
Macambira Monte Alegre N. Sra. das Dores N. Sra. da Glória
Pedra Mole Pinhão Poço Verde Riachão do Dantas
Ribeiropólis São Domingos São Miguel do Aleixo Simão Dias
Tobias Barreto Tomar do Geru ---------- ----------

As manifestações africanas em Sergipe, sejam Sagradas ou Profanas se extenguardada as expressões locais, em todo território sergipano, na clara diversidade especifica aos manifestos de interações.

SAGRADAS -

Toré Xangô Candomblé Nagô
Batuque Umbanda Caboclo Angola
Gegê Keto Omolocô Congo
Obá Jege Nagô ----------

RITUS:

As manifestações sagradas, precedem a diversos ritus, estabelecendo as ações em função dos objetivos, sejam iniciático, oferendas, roda doutrinário ou rogativos ou de manutenção, divinatório, fúnebre etc.

ÓSSEA:

Jogos de Búzioa Assentamentos Lavagem de cabeça Lavagem de contas
Bori Feitorio Obrigações Iluminação
Sacudimentos Sará Axexê etc.

PROFANA:

As manifestações profanas, precedendo as ritus sagradas iniciavam no espaço sagrado e desenvolviam-se e desenvolve nos espaços públicos, estabelecidos pelos seus ciclos ou os ciclos oficiais.
Samba de Roda - Samba de Umbigada - Samba Bate Cocha - Samba de Abôio - Parafuso - Taieira - Rasteira - Caquinho de Côco - Zabumba - Samba de Côco - Pisa Pólvora - Cacumbí - Caboclinho - São Gonçalo - Guerreiro - Chegança - Encomendação das Almas - Sentinela - Quadrilha - Dança de São João - Maracatu - Rancho de São João - Reisado - lambe sujo - Batalhão de Bacamarte - Batuque Batuqueiros de Tapagens - Batalhão de Roça - Batalha de Busca-pé - Bata de Feijão - Casamento na Roça - Casamento de Viuva - Levantamento do Mastro - Vaquejada etc. além da lúdica infantil.

Dentro da nova expressão da etimologia, vimos assim a composição do memorando tradicional, classificado em grupos:

Poético - Cancioneiro, Ronanceiro, Refranceiro, Adivinhas.
Mágico - Magia propriamente dita, Religião, Animismo, Toteismo, Feitichismo, Tabuismo, Crenças.
Social - Música, Dança, festas, trajes, Família.
Lingüistico - Vocabulário, Gírias, Sotaques.
Ergologico - cerâmica, alimentação, Cestaria, renda, habitação, Imagens, Ourivesaria, tecidos, transportes etc.

Vale assinalar a particularidade da Culinária afro sergipana, e sua influência no conjunto culinário da população guardadas as especificações locais.

SAGRADA -

Acarajé Caruru Vatapá Xinxim de Galinha
Abará Acassá Matête Amalá
Feijoada Etc. ---------- ----------

PROFANA -

Mocotó Buchada Moqueca Osso de Carne
Goiabada Ensopado Pirão de Peixe etc.
















A INFLUÊNCIA DO NEGRO NA CULTURA SERGIPANA



RESISTÊNCIA:


A Resistência negra em Sergipe, tem origem na África desde que os negros, subjulgados e imobilizados foram colocados no porão infectos dos tombeiros, sobre os aspagir da água benta dos padres e frades a serviço da Santa Madre igreja. ao chegar em solo sergipano, através da Capitania da Bahia, já nutria amplo sentimento de revolta, principalmente, contra o colonizador.

A Resistência Negra aqui em Sergipe, se caracterizou pela insatisfação do negro escravizado antes diversos fatores, dentre eles destacam-se:
- A Violência do sistema escravista, com a desconfiança e medo gerando, reciprocamente, as difíceis relações entre senhores e escravos. Os negros, vítimas de todas às calúnias, enfrentando em todos os lugares a agressividade de seus senhores e como conseqüência são os levantes, as figas a formação dos quilombos.

O sentimento anti-luziano cristalizou a resistência em diversas e elaboradas manifestações, a diversão do grupo étnico, da família os maus tratos, a aculturação e distribalização, foi decisiva no processo de reorganização em diversas focos isolados para reagrupamento, em áreas distintas contra o processo de colonização, pela liberdade e sobretudo pela sobrevivência da tradição africana em Sergipe.

No dizer de Thetis Nunes, três áreas se destacam na resistência negra em Sergipe, onde estrategicamente deram combate ao dominadores e dificultaram o processo de colonização: Rio Real - Baixo São Francisco - Matas de Itabaiana.

A do Rio Real foi palco de sangrentas lutas e localizado o primeiro Quilombo Sergipano, o de Palmares de Itapicuru, numa associação dos negros da Bahia e de Sergipe e dos índios.

A do Baixo São Francisco, palco de múltiplas manifestações nas tentativas de impedir a colonização na Ilha do Ouro, em 1662, e significativo foco de resistência da região.

A das Matas de Itabaiana, a mais numerosa e importante, concentração de foco de resistências.
A resistências escrava em Sergipe, durou todo o período do cativeiro em lutas acirradas, os quilombos dominavam grande faixa do território e rachavam com facilidade as forças policiais, pois eram empregadas técnicas de guerrilhas a que os policiais não estavam acostumados. Eram nos locais mais difíceis que os negros escravizados organizavam os Quilombos ou Mucambos, para eles saírem fugitivamente, emboscadas de guerrilhas, a fim de surpreender com êxito garantindo as escoltas policiais.

Outra técnica consistia em atacar as fazendas, incendiar plantações e sacrificar animais. Com habilidade atraiam o inimigo para, o interior das matas executando marchas e contramarchas até extenuai-las, nessa manobra cansativa, para depois esmagá-los. Também dispunha de diversos espiões que em áreas e locais estratégicos, enviavam notícia, denunciando a estratégia do opressor, notadamente os negros das senzalas e das Casas Grandes eram os maiores responsáveis pelo contra-ataque e derrota dos grupos repressores, pois eles avisavam aos aquilombados sempre a tempo de preparar a defesa ou mudança de local. Os que permaneciam escondidos durante as diligências voltavam as posições anteriores e de novo passavam a investigar contra a fazendas demonstrada pela relação dos Quilombos com os escravos dos, engenhos em troca de apoio e proteção e o sistema de troca.

Os Quilombos aqui em Sergipe, mais numerosos foram, os Quilombos Predatórios, ou seja, Quilombos de estrada, os agrícolas tiveram pouca duração a maior característica dos Quilombos sergipanos era sua irradiação e localizações nas matas dos Engenhos, contando com o concurso dos próprios escravos desses engenhos e muitas das vezes era do conhecimento dos senhores a existência desses Quilombos em suas terras. Evidentemente que com a onda de insatisfação e com o tráfico interno, muitos desses senhores se cumpliciavam com os quilombos em contra o poder transferiam escravos procurados, na calada da noite para outros locais, através de vendas ou outras, transações.

É crível afirmar que a composição dos quilombos em, Sergipe era multirracial, contando com os brancos, e até portugueses pobres ou fugidos, ciganos e os negros. Como os quilombos se multiplicavam a era tática isolada e dispersa não houve um conjunto efetivo de aglomeração nem o sentido de unidade, cada quilombo tinha seu líder, seu chefe e seguidamente sofria ruptura, divisões em outros com outros chefes ou lideres.

A formação dos quilombos era muita das vezes através da captação dos escravos nos engenhos, casas grandes, recolhimento de escravos a derivas nas matas e estradas, principalmente crianças de ternas idades que fugiam a procura de novos senhores e dos quilombos, por motivos das maiores líderes dos quilombos de Sergipe, João Mulungu, hoje Herói Negro Sergipano, foi vítima de múltiplos castigos e torturas e por diversas vezes fugiu do domínio do seu senhor, a procura de outro senhor e terminou, por se embrenhar nas matas se agregando aos quilombos e após oito anos, já estava chefiando seu próprio quilombo e durante nove anos se transformou, no maior líder dos quilombos de Sergipe, respeitado pelos quilombolas e temidos pela polícia e senhores de engenhos.

João Mulungu, se relacionou com todos os excluídos e negociou com diversos senhores. Foi para os quilombos com a idade de oito anos e aos 25 era considerado o terror, o audaz, o mais terrível e temível Chefe dos Quilombos de Sergipe. Foi traído por um dos escravos do seu, antigo senhor e preso no Engenho Flor da Rosa em 19 de Janeiro de 1876, em, setembro do mesmo ano, apenado a pena de Gales e possivelmente, deportado para o sul do Rio de Janeiro ou para a zona de mineração, tendo em vista que para Bahia, haveria sempre a possibilidade dele se evadir para Sergipe como era comum na época, muitos dos escravos sergipanos ou serem mandados a cumprir pena na Bahia e voltar evadido.

Era comum a prática de Castigos desumanos e Torturas em Sergipe. Esses castigos e essas torturas chegavam a superar as penalidades praticadas pelo poder judiciário que aplicava penas de Prisão simples - Gale - Galé Perpetua e pena de morte, além de açoites. As mortes o eram por enforcamento.

Os Castigos e Torturas infligidos aos escravos por seus senhores iam das palmatórias, pelourinhos com os açoites, Cama de vento, marcação, a ferro nos pés e pescoço as mutilações do seio, orelha, decapitação da língua, furacão dos olhos, introdução de pimenta malagueta no anus, e queimaduras por água fervente, melado, suplicio em formigueiros etc. Muita das vezes a perversidade dos senhores superava o sadismo do Santo Ofício Inquisidos. A famosa Santa Inquisição, que fez também aqui diversas vítimas. Não vale aqui ressaltar as perversões sexuais dos senhores e senhora e seus filhos contra os escravos, homens, mulheres, adolescentes e criança, principalmente adolescente e criança, as chamadas manes gostosos que deram aos filhos dos senhores e usados com brinquedos.

A Resistência negra em Sergipe não encerrou com a queda chamada abolição ele continua em todas as frentes, na luta por Direitos Civis, pela Cidadania, contra o Racismo e Discriminações, por Políticas pela incorporação da Cultura Afro Sergipana nos Currículos Escolares, pela Revitalização das Culturas Negras, contra a violência Policial e o do Judiciário, pelo Reconhecimento e Valorização do Arquivo Humano Afro Sergipano, pela formação Intelectual do Negro, pela Formação de Identidade Racial, principalmente contra a Ideologia do Recalque e do Branqueamento, pelo Desfolclorização da Cultura Negra, pela Valorização da Religião, Oixa, ponto de irradiação das culturas negras em Sergipe, pela valorização da Ancestralidades do Negro Sergipano. Por moradia, contra a Exclusão do Negro no Mercado de Trabalho, contra a Desqualificação da Educação, principalmente contra a Discriminação Intrarracial. (entre os negros).

A Resistência Negra após a abolição, fez no cotidiano surgir e mesmo explicitar organizações, como extinguir outras, como a Imprensa Negra, Sociedades Abolicionistas, etc. Os terreiros de Candomblés, continuou a serem reprimidos, os negros continuaram a serem reprimidos, marginalizados pelo Código Penal e perseguidos pela Polícia, criminalizados por não terem carteiras assinadas, grupos de negros assediados pela repressão, pois consideram motim, a união de mais de três negros (talvez daí venha a estranha manifestação dos negros não gostarem de andar com negros).

Diversas organizações se foram para defesa do patrimônio cultural e para a defesa da comunidade. Os terreiros foram as primeiras organizações do movimento negro em Sergipe, com os Quilombos e Mocambos, hoje com a retomada contemporânea do Movimento Negro em Sergipe, além dos Terreiros, foi retomada as ações contra o Racismo e pela revitalização cultural. A Casa da Cultura Afro Sergipana, surgida e, 1968 com a denominação de Grupo Regional de Folclore e Artes Cênicas Amadorista “Castro Alves” e assumido a nova denominação com o advento da Nova República com os Quilombos as organizações se multiplicarem em diversas ações primeiro também pela independência tendo a frente seus líderes das vezes não estão associados ou mantém relações com outras.

Essas entidades sofrem continuadamente problemas de continuidades por não dispor de recursos para operacionalização de suas funções, por imobilismo da comunidade negra que por sua vez não participou e cristaliza os estigmas em repressão e desrespeito as entidades e seus militantes. Nesta situação com o recesso econômico, diversas entidades se situam no processo diversionista, porque não tem recursos humanos para atuação funcional e não dispõem de verbas para fazer frente as campanhas, pesquisas e encaminhamentos nas prestações de serviços as comunidades.
Diversas organizações negras foram instaladas após, ou seja, antes e depois do manifesto da Casa de Cultura Afro Sergipana assim identificados:

RELIGIOSAS - agrupadas em torno do Sagrado, aliadas as
raízes ancestrais e da cosmologia Orixá.

RECREATIVA - agrupadas em torno das manifestações
Lúdicas e dos jogos interativos.

CULTURAIS - agrupadas em torno de sistematização,
revitalizando e preservando os valores alinhados às raízes
africanas e negro Afro Sergipana.

SOCIAIS - agrupadas em torno da manifestação da ação
comunitária e assistência social. Faltando a EDUCAÇÃO -
agrupada em torno dos valores étnicos a formação intelectual e
Formação da Identidade.

POLÍTICAS - agrupadas em torno das manifestações da
formação político ideológico.

A prática do Movimento Negro Sergipano em sua versão contemporânea é extremamente negativa, pela falta dos componentes da Contiguida e Espacial, Consciência e Interesse Comum e Participativo. A sua estratégia é de isolamento e cooptação das entidades mais fragilizada. A competitividade é uma constante, impedindo e dificultando uma ampla relação e avanços no processo de comunicação intra e inter comunitário a mudança social.

Por falta de cooperação e solidariedade é inviabilizada a consecução dos objetivos e, por outro lado, a falta de um programa definido para nortear os trabalhos da entidades e estabelecer um pelo elo de ligação possibilitando o fluxo de interação e intercâmbio.

Hoje a luta por Direitos Civis, se esbarra no quesito Cor num verdadeiro confronto entre os negros, tendo em vista que o Estado de Sergipe detém 87% da população absoluta de negros, só que esses negros são só os pretos e nisso cristaliza o Racismo de se recusam a ser negros e se escondem na cor da pele, assinalando que negros são só os pretos e nisso cristaliza o Racismo de Marca, onde só os pretos são negros. Os Negros de Origens, Os mulatos e Pardos, fogem para o grupo dos brancos e reagem violentamente contra os pretos, utilizando até e inclusive as religiões, no caso as evangélicas para discriminar totalmente os pretos.
Esse comportamento hoje já não se justifica, na medida em que a ideologia do recalque e do branqueamento já foi e é discutida amplamente e amplamente rejeitada, não se justificando este racismo, esta discriminação esta violência entre os próprios negros. Evidentemente que o ambiente da escravidão houve uma forte lavagem cerebral e a descontinuidade cultural, através da aculturação, onde o dominador deu ao negro um nome, escondeu sua origem, uma mentalidade escrava e submissa, mas hoje se permite a continuidade desta manifestação por conta da admissão do livre arbítrio e construção da auto estima e da luta solidária pela cidadania.

Enquanto cada negro ou grupo de negros, particularizaram interesses, não haverá unidade racial.

A luta do Negro por Direitos Civis, tem esbarrado sempre no quesito COR, acentuado pelo complicador de ordem:

Pessoal Política Partidária Social
Cultural Econômica Estética
Religioso Classe Sexual etc.

São os próprios negros, travestidos de brancos, com interesses diversos e no espaço do poder que emperram todas e quaisquer manifestação, de interesse coletivo da comunidade acirrando os problemas e atropelando o processo de toda luta por unidade racial, encetada pelos grupos organizados. Neste sentido se torna muito complicado o sentido da luta, porque temos que confrontar com os nossos próprios irmãos de Raça e de Cor a essa luta, esse conflito é que vem alimentando o poder e cristalizando a nossa exclusão na sociedade.

“Auto flagelamento ou privações dos sentidos” . São os nossos negros de mentalidade escrava que alheios as nossas questões e condições: Sociais, Políticas, Culturais, Econômica, posam de apologistas do poder desequilibrando os nossos manifestos.



Severo D’Acelino/98.




Contamos hoje com diversos mecanismos legais para coibir o manifesto racista e discriminatório, tanto no âmbito Federal, Estadual e Municipal, fruto das articulações das Organizações Negra principalmente a nível municipal em busca de instrumento contra o Racismo e espaço para a Comunidade Negra, estimulando a participação dos vereadores e de outras entidades, neste sentido, contamos com Leis Anti-Racistas e de Interesse da Comunidade Negra Sergipana em diversas frentes:

LEIS MUNICIPAL -

1.858/92 - que institui o dia 20 de janeiro, como o Dia Municipal de Luta da Consciência Negra e reconhece João Mulungu, como Herói Negro de Aracaju.

2.251/95 - que dispõem sobre a inclusão da Cultura Negra nos Currículos do 1º e 2º graus da Rede Municipal de Ensino.

1.266/87 - que dispõem sobre a criação do Fundo de Desenvolvimento Cultural, contemplando em seu primeiro artigo, a Cultura Negra.

2.338/95 - que dispõem sobre o combate ao racismo em Aracaju.

2.399/96 - que dispõem sobre a inclusão de Artistas e Modelos Negra, nos filmes e peças publicitárias.

Lei
1.435/88 - que cria o Conselho Municipal de Participação e Desenvolvimento da Comunidade Negra.

2.221/94 - que institui a criação de Curso Preparatório para Professores da Rede Municipal de Ensino, visando a implementação da Cultura Negra nos Currículos.

LEI FEDERAL

Lei 7.716/89 - 8.080/90 - que penaliza a prática, indução ou incitação a Discriminação ou Preconceito sobre:
Raça Etnia Sexo
Cor Religião Procedência Nacional.

A INFLUÊNCIA DO NEGRO NA CULTURA SERGIPANA



ESTRUTURA E ORGANIZAÇÃO:


O Negro Introduzido em Sergipe, distribalizado, acuado, confuso, vilipendiado e violentado, na condição de escravo, sem qualquer perspectiva, desestruturado, dividido, teve que se adaptar a cultura da violência para iniciar os primeiros passos da sua reorganização individual e em grupos isoladamente numa estratégica de sobrevivência oportunista baseadas nas ações do opressor para contra atacar conhecendo as táticas e comportamentos dos seus algozes.

Numa sociedade hostil, organizada e estruturada através da Igreja, Estado e Família, baseada no trabalho escravo com características definidas pela dominação, centro receptor de elemento excluídos da matriz e área exclusiva de segredo, daí a essência fundamentada da estrutura social portuguesa que norteará a base da cultura dominante entre nós, tendo na colonização o seu instrumento de domínio.

A Estrutura do negro social em Sergipe, foi em cima da relação hostil, sem estabilidade, composto de diversos indivíduos, excluídos da sociedade, sem direitos e com deveres sobre-humanos, cujo papel, grupos, normas e valores culturais desempenhados foram dependentes e subalternos sem vínculos de qualquer natureza com o sistema como sujeito, só como objeto.

Sem interação a não ser entre si, as posições e funções foram sempre baseadas na operação de trabalho servil, desempenhado papeis inferiores, submissos, sem direito a reagrupar entre si, possuir ou produzir bens de interesse individual ou coletivo, ou compor laços afetivos de família, por está submisso e dependente do regime.

A organização a partir da interação com outros grupos insatisfeitos, iniciando na reaproximação dentro do próprio grupo, definindo papeis no âmbito da resistência, gerada pela exclusão e pela insatisfação em busca de referencial capaz de tornar proprietário a formação de estrutura paralela numa revizitação tribal, associado a estrutura imposta pelo dominador.

Reunidos em torno da revitalização e da reconstrução da referência ancestral, o negro sergipano buscou no agregamento e na resistência compor a sua estrutura social, através de diversos mecanismos e sistema de relação.

Sem estrutura familiar, seviciados nas senzalas e casa grande, pelos seus senhores, feitores, capitães do mato, filhos e sinhazinhas. O negro padeceu as violências diversas, vilipendiados em toda sua estrutura física e moral, barbarizados pelos castigos, torturas e por um Código Penal draconiano, os negros se estruturaram na revolta e buscou no próprio sistema instrumentos para sua reorganização, através:

Quilombos Servicias Matanças de animais
Insurreições Queimadas Roubos
Assassinatos Fugas Guerrilhas, etc.

Foi nos Mocambos que o negro superou a alta estima e buscou associação com os índios e a estrutura dos papeis dentro do próprio grupo, deliberando ações participativas nos instrumentos do poder dominador, através da cumplicidade dos diversos grupos:


Nos Engenhos Nas Casas Grandes Irmandades
Milícias Estradas Informantes, etc.

Atuando na clandestinidade, através dos Mocambos e Quilombos, como autêntico colonizador num verdadeiro sistema de relações, marcando sua presença e influência em todos os níveis. Esta ação tipifica a maior manifestação política na estrutura organizacional do negro em Sergipe.

Nesta estrutura a ação de transferência da estrutura africana se estabelece no modo de agir e reagir, na condução da sobrevivência dos símbolos de lutas e signos ancestrais, principalmente na estrutura da família, vilipendiada e violentada pelos dominadores, esfacelada e sem referendo, da terra através das colonizações e instalações dos Mocambos e Quilombos, se revitalizam, mesmo na brutalidade do sistema.

O negro se vê proprietário natural de um patrimônio flutuante e itinerante, agregando em torno do Sagrado através da religião Orixá e as suas múltiplas variações numa extensão das culturas de origens e recriações.

A tradição desenvolvida na regularidade do ciclo dominante, amplia sua ação de transferência das culturas africanas para Sergipe, que vê surgir no âmbito da dominação senhorial e na reação dos negros escravizados, uma organização paralela, liderada por escravos com técnicas, hábito e culturas que marcam novos aspectos em torno do seu território, refletindo em toda sua estrutura e impondo uma mudança na sua conjuntura, principalmente nos instrumentos de controle social.

Essa ação transformadora, com a organização dos negros, com papeis definidos e com normas que dirigem os diversos grupos e papeis, principalmente dos valores culturais, começa do enfrentamento ao enfraquecimento do sistema escravagista através das elaborações de Leis que aos poucos levam a atingir através do êxito da abolição que amplia cada vez mais os Mocambos da zona rural a urbana, refletindo com este novo reordenamento dos espaços a estrutura organizacional em defesa da cidadania.

O agrupamento em nova ordem, o negro espoliado, vilipendiado e marginalizado, sofre novos revés e a deriva se sustentam em grupos fragilizados e tem nas comunidades de terreiro a referência de sustentação no novo ciclo, reestruturando suas organizações, adaptando-as para nova função operacional em torno da luta contra as desigualdades, da exclusão no mercado de trabalho, contra o racismo e em defesa da revitalização cultural.

Suas entidades, grupos organizados, lutam com as mesmas armas contra todas as formas de exclusão do negro na sociedade sergipana, contra as desigualdades sociais, políticas, econômicas e culturais, principalmente contra a exclusão dos valores culturais do negro dos currículos escolares, e discutem exaustivamente as suas questões e condições em busca de formulações de políticas públicas e efetiva linha de Ação Afirmativa por parte do Estado no sentido de dar visibilidade ao preto e prática de ações compensatórias para a comunidade negra a maioria de sua população, estimada em 87%, tendo em vista que historicamente o negro sempre foi maioria neste Estado que silencia para não reconhecer o negro ou se ver negro, em função das estruturas sociais aqui impostas pelos portugueses no idos coloniais.


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SOUTELO, Luiz Fernando Ribeiro - Patrimônio Cultural: Responsabilidade de Todos. Aracaju. CEC. 1994.





































A INFLUÊNCIA DO NEGRO NA CULTURA SERGIPANA


SUMÁRIO


Apresentação

1 - Introdução
Pareceres
Agradecimentos
Dedicatórias.

2 - História

3 - Origens

4 - Culturas

5 - Artes

6 - Religiosidade

7 - Sincretismo

8 - Arquivo Humano

9 - Patrimônio Cultural

10 - Tradições

11 - Resistência

12 - Estrutura e Organização







O NEGRO VISTO POR ELE MESMO

















“Este trabalho é uma contribuição à reeleitura da História do Negro e Sergipe, numa visão de dentro para fora. O negro por ele mesmo”.

Severo D’Acelino.



CULTURA AFRO SERGIPANA
CONSELHO CULTURAL
NÚCLEO PANAFRICANISTA DE RELAÇÕES INTERCOMUNITÁRIA
Rua Jane Bomfim, 1285 - Santos Dumont - Aracaju - 49087.320 - Sergipe - BRASIL
“Mu Padá mó Iró Okourim”